Em vídeo, ministro da Educação ataca STF: 'Botava esses vagabundos todos na cadeia'

Na gravação, o ministro também critica termos utilizados para se referir aos diferentes povos do País, ataca partidos e dá a entender que há ministros no Governo Federal que se sentem superior ao povo brasileiro

Escrito por Redação ,
Legenda: Apesar de ter recebido a maior fatia, acima de R$ 1 bilhão, Weintraub foi o único que não deu finalidade à verba – o ministro nem sequer empenhou o recurso
Foto: Agência Brasil

Em vídeo divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (22), de uma reunião ministerial realizada no dia 22 de abril com o presidente Bolsonaro, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, aparece atacando o STF, ao falar que deveria começar a prender pessoas do Tribunal.

A transcrição da íntegra da reunião foi disponibilizada pelo STF.

Veja trechos da reunião:

"Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF. E é isso que me choca. Era só isso presidente, eu realmente acho que toda essa discussão de "vamos fazer isso", "vamos fazer aquilo", ouvi muitos ministros que chegaram e foram embora. Eu percebo que tem muita gente com agenda própria. Eu percebo que tem, assim, tem um jogo que é jogado aqui, mas eu não vim pra jogar o jogo. Eu vim aqui pra lutar. E eu luto e me ferro. Eu tô com um monte de processo aqui no comitê de ética da presidência. Eu sou o único que levou processo aqui. Isso é um absurdo o que tá acontecendo aqui no Brasil. A gente está conversando com quem a gente tinha que lutar", ressaltou.

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Em outro momento, Weintraub critica termos utilizados para se referir aos diferentes povos do País, ataca partidos e dá a entender que há ministros no Governo Federal que se sentem superior ao povo brasileiro. 

"A gente não tá sendo duro o bastante contra os privilégios, com o tamanho do Estado e eu realmente estou aqui aberto, como vocês sabem disso. Odeio o partido comunista. Ele tá querendo transformar a gente numa colônia. Esse país não é. Odeio o termo "povos indígenas", odeio esse termo. Odeio. O "povo cigano". Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um povo. Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro, pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios. Só pode ter um povo, não pode ter ministro que acha que é melhor do que o povo. Do que o cidadão. Isso é um absurdo, a gente chegou até aqui. Tô levando bordoada e tô correndo risco. E fico escutando esse monte de gente defendendo privilégio, teta. Entendeu? É isso. Negócio. Empréstimos. A gente veio aqui pra acabar com tudo isso, não pra manter essa estrutura. E esse é o meu sentimento extremamente chateado que eu tô vendo essa oportunidade se perder", afirmou Weintraub.

A gravação faz parte do processo no STF ara investigar denúncias feitas pelo ex-ministro Sergio Moro, de que o presidente tentava interferir na Polícia Federal para colher infomrações sigilosas.

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