Em conversa com cearenses, Michel Temer defende união e diálogo para enfrentar crise da Covid-19

Em "live" promovida pelo Lide Ceará, ex-presidente cobrou união de todos em prol da recuperação

Escrito por Flávio Rovere ,
Legenda: Michel Temer conversou durante pouco mais de 1 hora com a presidente do Lide Ceará, Emília Buarque, também respondendo perguntas de participantes inscritos no evento
Foto: Reprodução

O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), defendeu o “diálogo” e a “unidade” como caminhos para o País sair das crises sanitária, econômica e política. 

A convite do Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará), o líder emedebita participou de uma "live" (transmissão ao vivo na internet), na tarde desta quinta-feira (16), 

Para ele, a recuperação econômica é possível, mas não deve ocorrer em um ritmo rápido. Temer usou a própria atuação no Palácio do Planalto para exemplificar a necessidade de união. 

“Eu dialogava com empresários, portanto, dialogava com a sociedade, dialogava com sindicatos, dialogava com o Congresso Nacional, dialogava com o Supremo. Nós temos que ter boa relação com o Supremo, porque muita coisa você depende do Supremo. O Executivo edita projetos de lei que precisam ser aprovados pelo Legislativo, edita medidas provisórias que têm um prazo de validade, que tem que ser convertidas em lei pelo Congresso. Então, é o diálogo”, reforçou. 

Diante do quadro de pandemia do novo coronavírus, a vida deve ser prioridade em relação à economia, na sua opinião. “A vida vai e não volta”, justificou. 

O ex-presidente pediu uma “aliança de todos”. “O presidente haveria de chamar os governadores, os presidentes da Câmara, do Senado, e mesmo o presidente do Supremo, porque muitas questões vão parar no Judiciário. Chamar os partidos políticos, inclusive os da oposição, porque esse vírus, ele não escolhe o partido A, B ou C, ele penetra em qualquer indivíduo, de qualquer partido”, afirmou. 

O ex-presidente minimizou a crise entre o ministro do STF, Gilmar Mendes, e o Ministério da Defesa, após a fala de Gilmar, no último sábado, de que o Exército estaria se associando a um “genocídio”, devido à ausência de um especialista no Ministério da Saúde, comandado há dois meses pelo general Eduardo Pazuello. 

“Eu nãoo creio que ele tenha agredido o Exército ou agredido as Forças Armadas”, disse Temer, avaliando que a palavra “genocídio” foi força de expressão na cobrança do ministro. “Lá no Ministério da Saúde, tem que ter médicos”, corroborou. 

Eunício 

Questionado sobre as articulações do MDB para as eleições de novembro, Michel Temer se disse “afastado” das movimentações político-partidárias, que, no Ceará, deixou a cargo do colega de sigla, o ex-senador Eunício Oliveira. 

“Eu sei que o MDB tinha e tem no Eunício Oliveira, que é um líder do MDB no Ceará, uma grande figura. Eu tenho a impressão que ele continua aí fazendo sua atividade partidária e vai verificar como levar adiante essa questão de uma eventual candidatura em Fortaleza e nos municípios do Ceara. Ele sempre teve grande presença e continua tendo grande presença”, afirmou.

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