Em Caucaia, candidatos vão às ruas e PF investiga crime eleitoral

O último dia de campanha no Município foi marcado por apreensão de mais de R$ 600 mil por suspeita de ilicitudes. Mesmo assim, os candidatos à Prefeitura de Caucaia aproveitaram para percorrer bairros em carreatas

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Legenda: Ontem, pessoas ligadas a Naumi Amorim foram levadas à sede da PF com dinheiro e material de campanha
Foto: Fabiane de Paula

O último dia de campanha eleitoral em Caucaia foi marcado por turbulências envolvendo suspeita de crimes eleitorais. A Polícia Civil apreendeu, com pessoas ligadas à campanha de Naumi Amorim (PSD), R$ 600 mil reais em dinheiro por suspeita de crime eleitoral. A coordenação de campanha disse estar tranquila com a investigação e o candidato deu seguimento à agenda de atividades. Ele e o adversário, Vitor Valim (Pros), aproveitaram as horas finais de campanha para percorrer a cidade em carreatas junto a aliados.

No total, foram três apreensões realizadas no Município às vésperas do segundo turno. As abordagens foram feitas pela Polícia Civil, mas, por se tratarem de suspeita de crimes eleitorais, inclusive com possível compra de votos, os casos foram encaminhados à Polícia Federal (PF).

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Ontem (28), policiais civis interceptaram um veículo no bairro Parque Potira. No carro estavam três pessoas com uma quantia em dinheiro escondida nas roupas. Além disso, também foram apreendidos celulares, cadernos com nomes e material de campanha. Logo após, houve uma diligência até um apartamento localizado no mesmo bairro, onde foram detidas outras duas pessoas.

Somada, a quantia encontrada com o grupo foi de cerca de R$ 600 mil. Entre os detidos, estava o irmão do prefeito, Miguel Amorim, e secretários da gestão municipal. Eles prestaram depoimento e foram liberados. A maioria, no entanto, preferiu ficar em silêncio.

Ainda no sábado, um servidor público de Caucaia foi levado à sede da Polícia Federal. Com ele foram apreendidos R$ 3,1 mil, computador e material de campanha. Na sexta-feira (27), o assessor de uma deputada estadual foi abordado no bairro Picuí. Foi apreendido o celular, material de campanha e R$ 2 mil.

Investigação

Segundo o delegado regional de combate aos crimes eleitorais da PF, Alan Robson Alexandrino, "não havia situação de flagrante delito, mas havia suspeita que justificou apreensão do dinheiro, celulares e computadores".

Segundo Alexandrino, as situações estão sendo consideradas suspeitas de crime eleitoral e devem continuar sendo investigadas. "O material vai ser analisado. O importante é o trabalho de investigação para chegar ao caminho desse dinheiro". Os resultados serão encaminhados à Justiça Eleitoral, informou.

A coordenação de campanha de Naumi Amorim divulgou nota sobre detenção de aliados pela Polícia Federal. A equipe afirma que está aguardando "o resultado dos procedimentos", mas que se mantém "absolutamente tranquila e disposta a colaborar com as investigações".

Carreatas

Em meio a isso, Naumi Amorim seguiu com a agenda de campanha. Ao convidar apoiadores para a carreata que realizou no fim da tarde de ontem, ele chegou a dizer: "não vamos desanimar com as perseguições", mas sem citar as apreensões feitas pela PF.

Naumi percorreu vários bairros da cidade ao lado de lideranças aliadas, como o deputado federal Domingos Neto (PSD), o ex-vice-governador Domingos Filho (PSD) e o senador Cid Gomes, além do deputado estadual Elmano de Freitas (PT), derrotado no primeiro turno em Caucaia.

Vitor Valim (Pros) também fez carreata no último dia de campanha. Com aliados como a terceira colocada, Emília Pessoa (PSDB), ele percorreu várias localidades do Município. O candidato também participou de live nas redes sociais e deu destaque às apreensões feitas pela PF e ligadas ao adversário. "O povo de bem foi às ruas demonstrar o seu apoio", disse, em publicação.

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