Deputados defendem que Governo retire de pauta proposta de reajuste até que policiais cessem motim
Projeto do Executivo tramita na Assembleia Legislativa desde a última terça-feira (18)
Após agravamento na crise da Segurança Pública que resultou no episódio em que o senador Cid Gomes (PDT) foi baleado na última quarta-feira (19), em Sobral, alguns deputados na Assembleia Legislativa defenderam, nesta quinta-feira (20), não votar a proposta de reajuste do salário de policiais e bombeiros militares, em tramitação na Casa, até que a situação seja normalizada no Estado.
O líder no PDT na Assembleia, Guilherme Landim, defendeu que o governador Camilo Santana (PT) recolha a proposta e só reenvie o texto ao Legislativo quando a corporação cessar o motim, dizendo que recusa a votar “proposta debaixo de bala”.
Assim como Landim, Nezinho Farias (PDT) afirmou que só votará um reajuste à categoria quando a ordem for restabelecida. “Com diálogo, sim, com bala, não”, completou o deputado.
A proposta de reajuste começou a tramitar na terça-feira (18) e o líder do Governo na Assembleia, Júlio César Filho (Cidadania), já havia exposto a previsão de que ela seja votada em plenário até o início de março.
Cid Gomes
A ação de Cid Gomes em Sobral dividiu opiniões na Assembleia na sessão desta quinta-feira. Delegado Cavalcante (PSL), que defende a paralisação de um grupo de policiais, disse que atitude do senador foi premeditada e criminosa.
Em reação à fala de Cavalcante, que disse que “a verdade está nos vídeos” do episódio”, Osmar Baquit (PDT) citou imagens em que o ex-deputado federal Cabo Sabino dá dinheiro a esposas de militares que participam dos atos de policiais no Estado.
Motim
Alguns deputados, por outro lado, questionaram se a mobilização de policiais militares, que fere a Constituição Federal, não estaria sendo movida por “interesses eleitoreiros”.
A ideia foi defendida por Guilherme Landim, que acredita que as mobilizações foram “arquitetadas” para as vésperas do Carnaval com a intenção de“criar o caos”.
Resolução
O deputado Tin Gomes propôs que Soldado Noelio e Delegado Cavalcante, ambos ligados ao movimento dos policiais, identificassem nomes que possam dialogar com a Polícia Militar para abrir negociação. Além disso, disse para eles aconselharem a corporação a “dar um passo atrás” e desistir da ideia de paralisação.
Carlos Felipe (PCdoB), por sua vez, sugeriu alternativas para resolver a situação que envolvem a convocação de membros de órgãos de Direito do Ceará, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE).