Delcídio contesta dados da acusação de caixa 2 no MS
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que se tornou conhecido em todo o País ao presidir a CPI dos Correios, recorreu à Justiça para contestar a inclusão de seu nome nos livros de registros dos pagamentos feitos pelo suposto esquema do mensalão no Estado mantido durante os oito anos do governo de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Na interpelação, junto com o deputado federal Antônio Carlos Biffi, também do PT, ele exige explicações do ex-secretário de Coordenação Geral do Mato Grosso do Sul, Raufi Marques, e da ex-coordenadora de despesas da secretaria, Salete Terezinha de Lucca, sobre a citação dos nomes.
O advogado dos parlamentares, Laércio Arruda Guilem, informou que a interpelação já foi distribuída na Justiça, dando prazo de 48 horas para Raufi e Salete comparecerem no Fórum de Campo Grande para esclarecimentos. O ex-secretário é apontado pela promotora de Justiça Jískia Trentin como "chefe do esquema", e Salete é responsável pelos livros que foram apreendidos em sua residência e estão entre as provas das denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE).
São anotações em quase 100 páginas preenchidas com nomes e valores das mensalidades, inclusive com os números das contas e das agências bancárias de 25 pessoas. "Os livros foram abertos por ordem de Raufi", segundo Salete declarou em depoimento ao MP. Em frente ao nome de Delcídio é anotada quantia de R$ 25 mil o mesmo acontece com Biffi. Vander Loubet (PT), sobrinho de Zeca do PT e deputado federal, recebia R$ 50 mil por mês, segundo as anotações.