Debatedoras apontam cenário mais favorável para candidatas

Debatedoras apontam cenário mais favorável para candidatas

Escrito por Redação ,
Legenda: Bate-papo com Monalisa Torres, Augusta Brito e Orleanes Cavalcanti foi mediado pela jornalista Luana Barros

As candidaturas de mulheres nas eleições municipais deste ano podem contar com um cenário mais favorável para um aumento quantitativo e para a viabilidade na disputa. A avaliação é compartilhada pelas participantes do Conexão SVM em Casa de ontem, que apontaram que decisões recentes da Justiça Eleitoral quanto à cota de gênero para candidaturas e o maior conhecimento de futuras postulantes sobre a legislação devem contribuir para isso.

A "live", promovida pelo Sistema Verdes Mares, debateu a representatividade feminina na política cearense. As convidadas foram a deputada estadual Augusta Brito (PCdoB), a professora de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará, Monalisa Torres, e a secretária Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, Orleanes Cavalcanti.

A cota de gênero torna obrigatório o preenchimento de 30% das vagas das chapas proporcionais por mulheres. Além disso, entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou que o mesmo percentual do Fundo Eleitoral seja destinado a candidatas. "Os partidos estão conscientes que têm que apresentar candidaturas viáveis", afirmou Cavalcanti.

Monalisa Torres concordou: "As mulheres estão mais informadas quanto aos limites da legislação. Para além da meta da ampliação das candidaturas, o conhecimento vai ajudá-las a garantir maior competitividade", apontou. Para Orleanes, o fim das coligações para o pleito proporcional também deve favorecer o aumento de mulheres candidatas.

"Muitos partidos se aparavam um nos outros para cumprir a cota. Agora, têm que preencher sua própria cota e de forma viável", pontuou.

As dificuldades das mulheres que buscam cargos eletivos, contudo, não ocorrem apenas nas disputas eleitorais. Os desafios vão desde as estruturas partidárias até as dificuldades do mandato, quando eleitas, disse Augusta Brito.

"Não pode ser apenas para dizer que está cumprindo uma lei. É dar oportunidade para que aconteça. Essa oportunidade nos foi negada historicamente até um dia desses", ressaltou a parlamentar.

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