Debate sobre a transposição

Escrito por Redação ,
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Foto: Arquivo
O Comitê Cearense em Defesa da Integração da Bacia do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional realizou, na manhã de ontem, a apresen-tação do projeto para um grupo de vice-prefeitos cearenses. Segundo o deputado Chico Lopes (PCdoB), um dos mobilizadores do comitê, a iniciativa foi tomada devido à preocupação de alguns municípios com o fato de que o rio não vai passar por todo o Estado. O assessor do Ministério da Integração Nacional, Hypérides Macedo, foi o responsável pela explanação do projeto.

Chico Lopes lembrou que o Projeto São Francisco não se propõe a resolver todos os problemas ocasionados pela escassez de chuvas no Nordeste, mas sim dar segurança hídrica para as pessoas e os animais, por até cinco anos. Mesmo admitindo que a água da transposição poderá ser usada para impulsionar a economia, o comunista garantiu que esta não será a sua prioridade. ´Como nós temos açudes e reservas, nós podemos pensar também em fornecer para a industrialização´, ponderou.

Outro destaque feito pelo deputado foi a diminuição da resistência à obra na Bahia, em Sergipe e em Minas Gerais. Segundo ele, isto se deu porque os Estados estão recebendo sua contrapartida através recursos, como os empregados em obras de saneamento básico. ´Quero dizer para a imprensa que as pessoas e as associações continuem vigilantes. Cabe à sociedade fiscalizar os recursos, porque a tradição do país não dá credibilidade à ninguém de confiar cegamente nas coisas´, destacou o deputado.

Segundo Hypérides Macedo, o Projeto São Francisco contempla, além da transposição, a revitalização do ´Velho Chico´. Destacando que o assunto já vinha sendo discutido há vários anos, ele disse que o Governo Lula reformulou grande parte do projeto, inclusive em atendimento aos interesses de Estados que se posicionaram contrários à sua realização. Macedo afirmou ainda que o próprio São Francisco será beneficiado com as obras, na medida em que está sendo feito o esgotamento sanitário das cidades ribeirinhas, recuperando a mata ciliar, dentre outros.

´O semi-árido se preparou para receber o São Francisco. O Ceará está interligando bacias por conta da transposição. O Rio Grande do Norte também e a Paraíba também´, pontuou Macedo. O assessor do Ministério da Integração Nacional, também foi secretário de Recursos Hídricos no Ceará, tem expectativa de que as obras sejam iniciadas ainda neste mês de julho, já que a licença de instalação, dentro do cronograma, ´está muito próxima de sair´.

O vice-prefeito de Fortaleza, José Carlos Veneranda (PSB), um dos participantes, destacou que, conhecendo detalhadamente o projeto, os vice-prefeitos poderão fazer a devida defesa, sendo o ´vetor de transformação no município´. Ao ressaltar que há pessoas na Capital que são contrárias à transposição, ele defendeu a disseminação das informações. O evento não contou com a adesão esperada. Segundo Veneranda, vários vice-prefeitos estão engajados em um curso oferecido pelo Tribunal de Contas dos Municípios, que termina hoje.

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