Ciro justifica discrição na campanha de Sarto: 'meu ciclo político no Ceará está se encerrando'

O pedetista defendeu que o momento é de "encaminhar o Ceará para novas lideranças"

Escrito por Itallo Rocha , itallo.rocha@svm.com.br
Legenda: Ciro Gomes votou neste domingo (15) na Secretaria da Saúde do Estado, na Praia de Iracema
Foto: Camila Lima

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) justificou, neste domingo (15), sua participação tímida na campanha do pedetista Sarto Nogueira à Prefeitura de Fortaleza e defendeu um papel de bastidor nas articulações políticas do grupo do qual faz parte no Ceará. Embora seja um dos principais líderes do grupo governista atualmente, Ciro disse que não tem mais pretensão de candidatura a nenhum cargo político no Estado e pregou renovação de lideranças políticas no Ceará. As declarações foram dadas na seção eleitoral onde o ex-governador vota, na Secretaria de Saúde do Estado, na Praia de Iracema.

“Meu ciclo político no Ceará está se encerrando. Não quer dizer que estou desertando das minhas lutas, mas não tenho nenhuma proposta de candidatura aqui. Minha tarefa, hoje, é encaminhar o Ceará para novas lideranças”, afirmou.

Em Sobral, outra liderança governista, o senador Cid Gomes (PDT), afirmou que não há um projeto hegemônico do PDT no grupo político que comanda o Estado. “O Camilo (Santana) me mandou mensagem dizendo que no ‘Crajubar’ é 12, 13 e 14. Eu respondi: isso não é uma concidência de números. É um modelo de um projeto. A gente não é um projeto hegemônico, que só pensa no próprio partido. Pensamos mais no Ceará”, afirmou, ao fazer referência aos candidatos Dr. Guilherme (PDT), em Barbalha; Zé Ailton (PT), no Crato; e Arnon Bezerra (PTB) em Juazeiro.

Pretenso candidato à Presidência da República para o próximo pleito em 2022, Ciro Gomes sustentou, ainda, que há uma tendência, já nestas eleições municipais, de "banimento dos extremos" na política brasileira. "Prevalece a escolha pelo equilíbrio, a experiência, nesse grave momento do País de superação da pandemia, do auxílio emergencial. Sarto tem um programa praticável, a parceria com Camilo Santana, a continuidade do que tem feito Roberto Cláudio, com as inovações necessárias para fazer frente a esse momento", disse.

O pedetista também falou, em tom crítico, da postura do candidato Capitão Wagner (Pros), a quem Sarto tem chances de enfrentar no segundo turno, conforme a última pesquisa Ibope, na campanha. Ciro questionou a obra política do adversário e criticou a posicionamento do candidato do Pros em votações na Câmara dos Deputados.

"Se eu for coronel, ele tem que bater continência para mim, porque ele é capitão. Qual é a obra dele? Votou contra o auxílio emergencial no Congresso. Ninguém na política é sozinho, se for assim não consegue governar. Porque não votam mais no Renato Roseno (Psol), que é um belíssimo quadro? Porque ele não tem a estrutura necessária para tirar do papel suas belas e generosas ideias", afirmou.

Nacional

Sobre a disputa pela Presidência daqui a dois anos, ele disse que percebe uma tentativa do "lulopetismo" e do "bolsonarismo" de fazer frente à articulação de sua candidatura e dos aliados do pedetista (como o governador Camilo Santana e o atual prefeito da Capital). "Eles querem fazer do povo de Fortaleza uma peça de xadrez", criticou. 

Ciro justificou que evitou expor sua imagem na campanha de Sarto Nogueira, repetindo uma postura, segundo lembrou, que teve nas campanhas de Camilo Santana e Roberto Cláudio anteriormente. "Não posso usar de uma eleição tão grave, como essa de prefeito, que adiante vai vacinar a população, responder ao fim do auxílio emergencial, salvar o ano letivo das crianças, por outro motivo nobre que seja".

"Nunca dei palpite na administração do Roberto Cláudio, nunca botei o bedelho na administração do Camilo. Quando tem uma crise maior, dou algum conselho, como na situação do motim contra o governo do Cid (seu irmão e ex-governador do Estado", recapitulou. 

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