Camilo Santana e Jair Bolsonaro trocam farpas durante visita presidencial ao Ceará; veja repercussão

Críticas em redes sociais começaram ainda na véspera, quando Camilo chamou a vista de um "grande equívoco". O presidente usou o discurso para responder ao governador, que voltou às redes para defender a ciência

Escrito por Felipe Azevedo , felipe.azevedo@svm.com.br
Legenda: Ainda na véspera da chegada do presidente o governador Camilo avaliou a visita como "um grande equívoco" pela possibilidade, de haver "muitas aglomerações

O governador Camilo Santana (PT) rebateu as críticas indiretas que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez durante passagem pelo Ceará nesta sexta-feira (26).  

O chefe do Planalto criticou as medidas de isolamento social impostas pelos governadores, e chegou a dizer que os que “causarem desemprego, pagarão o auxílio emergencial”.  

Através de redes sociais, e sem citar o presidente, Camilo afirmou que “aqueles que debocham da ciência, ignoram a luta dos profissionais de saúde para salvar vidas, e, principalmente, desrespeitam a dor das milhares de famílias vítimas da Covid, receberão o justo julgamento”.  

“Continuaremos firmes, combatendo o negacionismo, e lutando sempre pela vida”, disse ainda o governador. 

Agendas

A passagem da comitiva pelo Ceará estabeleceu em lado opostos Jair Bolsonaro e Camilo Santana. Enquanto o presidente estava no interior do Estado anunciando as obras de estradas, Camilo fazia, também no fim da manhã, a entrega de novos leitos de UTI para atender à alta demanda da Covid-19.

"Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão daquilo que seu povo quer. Não me critiquem, vão para o meio do povo mesmo depois das eleições”, frisou ainda presidente, durante discurso em Tianguá. Ele se referia a medidas como lockdown e decretos de isolamento social.  

O público presente gritou “Queremos trabalhar! Queremos trabalhar!”, durante os discursos. No Ceará, está vigente decreto de "toque de recolher", com restrição de circulação em ruas e vias públicas das 22h às 5h.  

Ainda na véspera da chegada do presidente o governador Camilo avaliou a visita como "um grande equívoco" pela possibilidade, hoje testemunhada, de haver "muitas aglomerações, algo frontalmente contrário" à contenção da pandemia. 

“É um momento desafiador e difícil para o Ceará, para o Brasil também, que está com aumento da transmissão do vírus. É importantíssimo que a população colabore nesse momento no sentindo de reduzir a circulação de pessoas, evitar toda e qualquer aglomeração", frisou Camilo. 

O presidente Jair Bolsonaro chegou a Tianguá de carro e sem usar a máscara de proteção contra a Covid-19. Ele entrou no Polo de Lazer Regis Diniz, sem usar a proteção e permaneceu assim durante toda a cerimônia. 

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