Bolsonaro indica participação ativa nos rumos da eleição municipal

Ao realizar a terceira visita a um estado nordestino em menos de dois meses, presidente sinaliza, em Sergipe, que pode se envolver nas disputas municipais de novembro. "Não pretendo, o que não quer dizer que eu não vá"

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente foi recebido com festa em Sergipe, mas negou estar em campanha pela reeleição de 2022
Foto: PR

Após uma pesquisa Datafolha indicar a melhora da aprovação de Jair Bolsonaro no Nordeste, o presidente intensificou as visitas à região. Em sua terceira passagem em menos de dois meses, desta vez em Sergipe, o presidente garantiu, ontem (17), que não está em agenda de campanha e que a eleição de 2022 não o preocupa.

"2022 é outra história. Quero fazer um governo bom nesses quatro anos", disse Bolsonaro, que ainda deu mostras de que pode ter uma participação mais ativa na eleição municipal deste ano.

"Não pretendo (participar), o que não quer dizer que eu não vá", completou.

Bolsonaro evitou comentar a mais recente pesquisa Datafolha que apontou para uma melhora da sua popularidade, inclusive no Nordeste.

"Não me baseio em pesquisa nenhuma. Pesquisa é o que a gente vê nas ruas. É a gente aqui com o povo, com as autoridades", comentou.

A pesquisa Datafolha realizada na semana passada aponta que 37% dos brasileiros consideram o Governo Bolsonaro ótimo ou bom, ante 32% na pesquisa anterior, feita em junho. Os eleitores que consideravam o Governo ruim ou péssimo caiu de 44% para 34% no mesmo período.

Corpo a corpo

Ontem, Bolsonaro desembarcou em Aracaju e foi recebido por uma multidão de apoiadores que se aglomeravam no aeroporto. Sem usar máscara, o presidente cumprimentou e pegou na mão dos militantes.

Para acenar para o público, ele subiu nos ombros de um segurança e vestiu um chapéu de vaqueiro. Foi saudado pelos eleitores com gritos de "melhor presidente do Brasil" e "eu vim de graça".

Ao comentar sobre a receptividade no Nordeste, região onde proporcionalmente teve menos votos na eleição de 2018, o presidente disse que não vê diferença em relação ao que já via na campanha.

"É sinal que nada mudou. A gente continua gozando prestígio e consideração por parte da população e retribuímos com um trabalho, honestidade e sinceridade", afirmou.

Inauguração

O presidente esteve em Sergipe para a inauguração da Usina Termoelétrica Porto Sergipe I, um empreendimento da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) em Barra dos Coqueiros (14 km de Aracaju). O empreendimento é 100% privado e não teve financiamento de bancos públicos.

A usina já está em pleno funcionamento desde março. O ato também marcou o arrendamento dos 10 anos das fábricas de fertilizantes nitrogenados da Petrobras na Bahia e em Sergipe para a Proquigel, subsidiária do grupo Unigel.

PT

O presidente trocou elogios com o governador Belivaldo Chagas (PSD), político aliado ao PT localmente que apoiou Fernando Haddad (PT) em 2018 e que tem posição de independência em relação ao Governo Federal. "O governador sequestrou meu coração", disse Bolsonaro.

Chagas afirmou que o presidente é "um verdadeiro defensor" do estado de Sergipe: "Não tenho do que reclamar do Governo Federal".

Deputados de partidos do Centrão como PP e Republicanos, inclusive de outros estados, também participaram do ato ao lado do presidente.

A visita acontece no momento que o Governo Federal trava uma disputa interna em torno da ampliação dos gastos públicos. Enquanto o ministro Paulo Guedes (Economia) tenta frear gastos, ministros como Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) defendem mais investimentos.

A pressão é para que o presidente invista recursos sobretudo no Nordeste, bastião da oposição. Desde julho, o presidente já visitou o Ceará, Piauí, Bahia e agora Sergipe.

Investimento privado no foco

O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, que a iniciativa privada tem sido a “grande aliada” do Governo Federal para investimentos, mas ressaltou que a atração de negócios depende da confiança dos investidores.

“Vem investimentos de fora, mas para isso você tem que fazer com que eles confiem na gente, caso contrário os investimentos de fora não virão para cá”, pontuou durante evento em Sergipe. Bolsonaro disse ainda que o País deve “em grande parte” ao Exército a realização de obras de infraestrutura. 

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