Com a confirmação da morte cerebral do senador Major Olimpio (PSL-SP) na tarde desta quinta-feira (18), sobe para três o número de senadores vítimas de Covid-19 no Brasil. Arolde de Olveira (PSD-RJ) e José Maranhão (MDB-PB) haviam falecido em decorrência de coronavirus. Políticos cearenses repercutiram, por meio das redes sociais, o falecimento do parlamentar.
No ano passado, Major Olímpio veio até o Ceará e participou de tratativas durante a paralisação de policiais militares. Ele foi internado no último dia 2 de março e intubado quatro dias depois.
“Lamento o falecimento do Major Olímpio. Dele se podia discordar, mas fui testemunha de sua coragem e espírito público. Participamos de debates juntos e sempre de forma muito respeitosa. Meus sentimentos para amigos e família”, escreveu o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) instantes após a notícia.
Colega no Senado, o senador Cid Gomes (PDT) também lamentou o falecimento de Olímpio. Também nas redes sociais, o ex-governador do Ceará escreveu que “a pandemia agravada pela irresponsabilidade do Governo continua a acumular mortos. Hoje morreu o Senador Major Olimpio. Era meu colega e um parlamentar atuante e muito ativo na defesa do que acreditava. Lamento e me solidarizo com família dele nessa hora de muita dor”, disse.
"Aprendi a admirar mais ainda o já inesquecível Major Olímpio a partir de nossa relação como colegas no Senado.Homem de princípios, ele nos deixa como lição a importância de nos mantermos íntegros e firmes nos nossos ideais,colocando o interesse da coletividade acima dos próprios", registrou o também colega, senador Tasso Jereissati (PSDB).
O senador Eduardo Girão (Podemos) também prestou homenagem. "Seu radiante amor por esta nação contagiava e inspirava qualquer um! Estivemos juntos no Senado, desde o início da legislatura, em muitas causas em favor da Ética e da verdade enfrentando de frente a corrupção e a impunidade. Incrível a sua personalidade querida", relembrou o cearense.
Reperussão entre deputados
Outras parlamentares cearenses também manifestaram solidariedade. O deputado federal Domingos Neto (PSD), disse que “o Congresso está de novo em luto. Que a gente consiga avançar na vacinação e combater o vírus”. José Guimarães (PT), por sua vez, disse que presta solidariedade aos familiares e amigos do senador.
“Meus sentimentos a amigos, familiares e correligionários do Major Olimpio, vítima de Covid-19 hoje. Era um homem forte, saudável e relativamente jovem (58 anos). É o terceiro senador que perdemos para esse vírus mortal! Vamos nos cuidar e pressionar pela vacina!”, escreveu, por sua vez, André Figueiredo (PDT).
"Dias atrás ele postava que a prioridade do Brasil é a vacina! Sempre foi desde o início dessa pandemia", escreveu Célio Studart (PV). Já o Capitão Wagner (Pros), disse que "icará a lacuna em nossa política de um parlamentar dedicado e ético. Deus conforte seus familiares e amigos nesse momento de dor e saudade".
"A Covid é traiçoeira e perigosa, meus sinceros sentimentos pela perda do senador Major Olimpio. Estendo minha solidariedade a seus familiares e amigos“, disse ainda Pedro Bezerra (PTB).
O deputado Eduardo Bismark (PDT) lembrou que Olimpio colaborou nas negociações pelo encerramento da greve de policiais militares no Ceará. “Que sirva de exemplo para continuarmos vigilantes e na luta para vacinas”, pontuou.
Major Olimpio atuou nas negociações para encerrar greve da PM no Ceará
Junto com outros senadores cearenses, Major Olimpio defendeu o fim da paralisação da PM em fevereiro de 2020. Ele veio ao Ceará a participou das negociações. A passagem do senador foi sucedida, dias depois, pelo encerramento da greve dos policiais.
À época, em um dos momentos mais tentos do motim, a comitiva se encontrou com os senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Prisco Bezerra (PDT) - então suplente em exercício de Cid Gomes (PDT) -, para ir ao Palácio da Abolição.
Após se reunirem com o governador, o grupo abriu diálogo com a categoria, levando a proposta do governador de não investigar os agentes que ainda não haviam sido identificados, caso os motins encerrassem. A oferta, naquela ocasião, foi rejeitada.
Depois das negativas dos agentes à proposta do Executivo levada pela comitiva, Major Olímpio, Eduardo Girão (Podemos) e Tasso Jereissati articularam o funcionamento da operação das Forças Armadas no Estado, autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Próximo ao fim do movimento paredista, iniciou-se o debate quanto às implicações para os policiais amotinados. “Não deve haver anistia num caso como esse. Se tiver anistia, você estimula isso em todos os estados. Não acho que seja o correto”, defendeu o Major Olimpio, ainda em território cearense.
Cerca de uma semana depois, o Estado entraria em acordo com a categoria, pondo fim à paralisação após 13 dias.