2º turno: Wagner e Luizianne empatam; Sarto venceria ambos

O Ibope simulou o primeiro cenário de segundo turno entre as três candidaturas mais competitivas na Capital. Os índices de rejeição podem fazer a diferença no confronto direto na segunda parte da disputa municipal

Escrito por Wagner Mendes ,
Legenda: Pesquisa Ibope indica cenário ainda em aberto para a votação do próximo dia 15 de novembro
Foto: Fabiane de Paula

As primeiras simulações de segundo turno no levantamento feito pelo Ibope na disputa pela Prefeitura de Fortaleza mostram que o candidato do PDT, Sarto Nogueira (PDT), venceria os confrontos em todos os cenários. Contra o candidato Capitão Wagner (Pros), o deputado estadual teria 46% das intenções de voto contra 36% do deputado federal. Já contra a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) a diferença é maior: 46% contra 33%. 

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O instituto também fez simulação de um segundo turno entre Wagner e Luizianne. De acordo com o levantamento, os dois adversários empatam numericamente em 41% das intenções de voto. O Ibope confrontou os três candidatos que estavam mais bem posicionados na primeira pesquisa do dia 14 de outubro. 

O instituto ouviu 805 eleitores entre domingo (1º) e ontem (3). O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isto quer dizer que a probabilidade de os resultados retratarem o atual momento eleitoral é de 95%, considerando a margem de erro, de três pontos para mais ou para menos. 

Luizianne e Wagner continuam liderando os índices de rejeição. São 38% e 36%, respectivamente. O candidato governista aparece com 15%. Para o segundo turno, o percentual pode ser decisivo para a definição da disputa eleitoral. 

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Para o cientista político da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cleyton Monte, os números do Ibope confirmam a tendência de que a Capital vive duas eleições: a das candidaturas mais competitivas — de Sarto, Wagner e Luizianne, e a do pelotão dos nomes que estão com menor preferência do eleitorado. Ele aponta que o crescimento da candidatura de Sarto (de 16% pra 29%) mostra que os adversários com menos musculatura já começam a se desidratar — indicando, assim, um primeiro movimento de “voto útil” a menos de duas semanas do pleito. 

“Você tem duas campanhas ocorrendo em Fortaleza: a do pelotão de baixo e a dos líderes. Essa pesquisa Ibope demonstra que os candidatos do pelotão de baixo começam flagrantemente a perder votos. É o voto útil”, aponta. 

Para o pesquisador, “o voto útil acontece porque o eleitor trabalha na perspectiva de derrotar um outro candidato. Por isso que em 2018 figuras como Marina Silva tiraram 1% dos votos. Fortaleza é um dos cenários mais competitivos do Brasil”. 

Para a cientista política e professora universitária Carla Michele Quaresma, apesar do empate técnico na pesquisa estimulada entre Sarto (29%), Wagner (27%) e Luizianne (24%), “ainda há uma incógnita do segundo turno”. A Capital, historicamente, surpreende nas urnas. Segundo ela, costumeiramente, o segundo turno se dá entre candidaturas diretamente opostas, de maior divergência ideológica. 

Nesse cenário de segundo turno, o cientista político Emmanuel Freitas cita a “resistência” da candidatura de Luizianne Lins em meio aos embates. “Ela tem sido alvo do Heitor Freire, do Sarto. O Sarto tem trazido a gestão dela de volta para avaliação do eleitor”, diz. “Tanta resistência que ela já empata com o Wagner no segundo turno”, avalia o pesquisador.

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