Ministério da Saúde propõe reduzir isolamento em estados e cidades sem sobrecarga de atendimento

Medida passaria a valer na próxima segunda e atingiria apenas cidades com metade dos leitos e estrutura de saúde vagos

Escrito por Redação ,
Legenda: O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, disse que o Governo Federal está fazendo de tudo para que medidas de distanciamento social sejam minimizadas ao máximo possível
Foto: Foto: Agência Brasil

O Ministério da Saúde elaborou um plano de transição para uma fase mais branda de isolamento destinado a estados cuja quantidade de casos confirmados do coronavírus não tenha causado impacto severo no sistema de saúde. A Pasta propõe reduzir parcialmente o isolamento em cidades com metade dos leitos e estrutura de saúde vagos. A medida, de acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira (6), passaria a valer na segunda-feira (13). O objetivo dessa estratégia é promover o retorno gradual às atividades econômicas.

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A partir da próxima semana, portanto, cidades com mais de 50% da capacidade de atendimento médico disponível poderiam passar do Distanciamento Social Ampliado (DSA) para uma transição ao Distanciamento Social Seletivo.

Veja a diferença entre os dois, de acordo com documento do ministério:

Distanciamento Social Ampliado (DSA): Estratégia que não tem limitações apenas para grupos específicos - todos os setores da sociedade devem permanecer em isolamento.

Distanciamento Social Seletivo (DSS): Apenas alguns grupos ficam isolados. Pessoas com menos de 60 anos e sem condições que elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.

As cidades que não apresentarem mais de 50% dos leitos vagos, entre outros critérios médicos, deverão manter o Distanciamento Social Ampliado até a estabilização do sistema de saúde.

"Hoje publicamos informações sobre o Distanciamento Social Ampliado, Distanciamento Social Seletivo, e Bloqueio Total (lockdown). As medidas são temporárias, localizadas e o governo federal está fazendo de tudo para que elas sejam minimizadas ao máximo possível", disse nesta segunda-feira Wanderson Oliveira, secretário de vigilância em saúde do ministério, em entrevista a jornalistas.

O presidente Jair Bolsonaro vem criticando medidas de isolamento amplo ao afirmar que a estratégia prejudica a economia nacional. Ele contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O assunto é uma das divergências entre o mandatário e o seu auxiliar. Bolsonaro tem criticado a atuação de Mandetta nos últimos dias chegando a dizer que lhe faltava "humildade".

"A teoria do distanciamento social seletivo, em que eu abro o sistema para que populações jovens possam transitar, se infectar e criar com isso imunidade de rebanho, em teoria ela é razoável. Não tem problema do ponto de vista metodológico, desde que tivéssemos leitos, respiradores e equipamentos de proteção suficientes", afirmou o secretário. "O único instrumento de controle existente, possível e disponível é o distanciamento social".

Mandetta não participou da entrevista coletiva nesta segunda-feira. Todo o corpo ministerial foi convidado para reunião no Palácio do Planalto com Bolsonaro. A entrevista durou menos de 40 minutos e as autoridades só responderam a duas perguntas de jornalistas.

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