Após massacre, São Paulo promete colocar policiais em escolas

Um dia após a tragédia em Suzano, autoridades responderam a críticas de insegurança nas unidades de ensino

Escrito por Redação ,
Legenda: Velório das sete vítimas da tragédia reuniu milhares de pessoas em um ginásio em Suzano
Foto: AFP

Um dia após o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, autoridades anunciaram, nesta quinta-feira, planos de reforço da segurança nos estabelecimentos de ensino. Alocar policiais da reserva dentro das escolas será uma das iniciativas discutidas pelo secretário de Educação da gestão Doria (PSDB), Rossieli Soares, e pelo prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, para reforçar a segurança nos colégios das redes estadual e municipal. A secretaria divulgou que faria uma revisão de procedimentos nos 5.300 colégios do estado de São Paulo.

"Temos em estudo a proposta de colocar alguns policiais em algumas escolas, não serão em todas", afirmou o secretário na saída do velório coletivo de seis vítimas. Não respondeu, no entanto, se os policiais ficariam armados.

Ele listou outras ações que devem ser implementadas como instalação de sistemas eletrônicos de vigilância e barrar o acesso nos portões de entrada, principalmente nas escolas que têm indicadores de maior vulnerabilidade.

"Mas esta não é a mais efetiva ação para esse tipo de problema. Precisamos ir pro lado humano e discutir com os jovens. Precisa da família para ajudar a identificar o problema, para darmos suporte aos alunos que tenham sofrido de depressão ou bullying", afirmou o secretário.

Indenização

O governador João Doria (PSDB) anunciou que pagará indenização de cerca de R$ 100 mil para cada uma das famílias das sete vítimas do ataque. Como os cinco alunos e as duas funcionárias estavam em uma escola estadual, suas famílias serão indenizadas pelo Governo do Estado em até 30 dias.

No entanto, caso optem por receber os R$ 100 mil, as famílias terão que assinar um documento se comprometendo a não acionar judicialmente o Governo do Estado. Essa possibilidade não pesou em sua decisão de indenizar, diz Dória.

Velório

O velório das vítimas foi realizado em um ginásio. Milhares foram ao local prestar homenagens, formando uma grande fila do lado de fora.

Nesta quinta-feira, receberam alta médica três dos 11 feridos. Três vítimas permanecem na UTI, mas com quadro estável.

Já a Polícia Civil pediu à Justiça a apreensão de um adolescente suspeito de ser o terceiro envolvido no ataque à escola. O adolescente de 17 anos também é ex-aluno da escola e estudou com Guilherme Taucci Monteiro, jovem da mesma idade que, segundo a Polícia, liderou o ataque. A participação do novo suspeito teria ocorrido na fase de preparação. A Polícia não revelou quais provas ligam o menor ao ataque, mas já colheu depoimento dele na delegacia.