Marketing dinâmico

 

Em minhas andanças profissionais no Rio de Janeiro, era comum a expressão “dar o que o povo gosta”. Para a maioria dos profissionais com que eu convivia, era natural considerar que a propaganda é apenas um reflexo do momento social de determinado ambiente. Uns poucos, eu entre eles, acreditava que a publicidade tinha um papel social que ia muito além de mero reprodutor do universo do "povão” ou, vá lá, da cultura predominante. 

Praticamente não se falava em tendências comportamentais e que o marketing poderia surfar estas ondas. O publicitário atendia mais aos desejos da empresa e dos governos do que ao consumidor. Para mim, velhos tempos, sem nenhuma saudade quanto a isso. Porque sempre defendi que o marketing inteligente respeita a dinâmica social. O que vemos hoje, de forma mais intensa na mídia off-line, é uma bela tentativa de várias empresas de acompanhar esta dinâmica, vislumbrar sinais e colocar em sua comunicação situações retratando o que está nas aspirações das pessoas e não na expressão de seus desejos imediatos. E o melhor: estas empresas sabem que a comunicação, sozinha, cada vez mais, empolga menos. É preciso que atitudes antecedam esta comunicação. Isto significa que a empresa precisa incorporar à sua identidade estes novos valores, desenvolver estratégias para que colaboradores levantem sua bandeira de forma natural e empolgante e a comunicação tenha como esteio atitudes consistentes. Correr atrás disso de forma honesta, verdadeira, está fortalecendo marcas e criando horizontes mais longos e promissores para empresas, indivíduos e instituições.

Luiz Santos. Publicitário