Heroicos professores

Uma professora na cidade de Porto Murtinho (MS), além de ministrar o ensino a distância, visita semanalmente as isoladas fazendas do município pantaneiro, recebendo e entregando tarefas aos estudantes que não dispõem das modernas tecnologias. Vale-se, para tanto, de um carro cedido por uma colega, para que nenhum discípulo, das turmas sob sua responsabilidade, fique desassistido do conhecimento. Outros mestres, em diferentes pontos do País e enfrentando todas as limitações impostas pela pandemia da Covid-19, muitas vezes têm recorrido ao improviso e à criatividade para transmitirem o saber. Para estes, a chama da educação deve ser mantida a todo custo, bem como o respeito e o compromisso com todos os que devem e precisam aprender. A passagem ainda recente do Dia do Professor, ademais neste ano tão anômalo, leva-nos a prestar a todos esses profissionais o nosso mais profundo reconhecimento, respeito e admiração pelos esforços que todos têm despendido no desempenho de sua bela missão.

Ao longo do ano, muitos têm sido os exemplos mostrados pela imprensa, de mestres que tiveram de adaptar-se a todas as mudanças no modelo de ensino, determinadas pela eclosão do novo coronavírus. No Brasil, onde a educação continua sendo relegada a segundo plano, apesar do ilusório discurso oficial, os desafios foram ainda maiores. Porém, nem mesmo os baixos salários, a falta de material necessário, ou as precárias conexões à internet, entre tantos obstáculos, impediram professores de levarem adiante a sagrada razão de ser da nobre profissão que abraçaram. Todos têm sido heroicos, preparando e transmitindo suas aulas a partir de suas próprias casas, até tendo de se reinventar tecnologicamente, diante da necessidade. Nestes tempos, além dos profissionais da saúde, não podemos esquecer da dedicação e seriedade destes heróis da educação. Mais do que nunca, parabéns por existirem.

Gilson Barbosa
Jornalista