Editorial: Exercício democrático

Se você acredita na democracia, acredita no voto. A máxima de um dos principais historiadores do Brasil traduz, em sua simplicidade, a grandeza do sufrágio. O voto é um instrumento utilizado em processos eleitorais para se escolher representantes ou para tomar coletivamente decisões políticas. Nas democracias, ele é universalizado, traduzindo a igualdade de direito de seus cidadãos. Não há distinções que tornem o voto de um eleitor distinto da escolha de outro: têm o mesmo peso, dão a igual contribuição à definição de quem ocupará cargos administrativos ou legislativos.

É preciso destacar, incansavelmente, que o caminho até a democracia foi tortuoso e exigiu muito de gerações de mulheres e homens que acreditavam na importância da participação popular nas decisões políticas e na igualdade dos cidadãos de uma sociedade. Suas raízes remontam à Grécia Antiga, mas sua configuração contemporânea é mais recente e submetida a um permanente – e necessário – processo de aperceiçoamento. Superou sistemas que privilegiavam interesses de poucos, em detrimento do que poderia ser feito em benefício da coletividade. 

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 instituiu o voto universal como instrumento para a escolha dos ocupantes de uma série de cargos, entre eles o de prefeito e vereador, categorias que são objeto destas Eleições de 2020. Dentro de normas legais inscritas na Carta Magma, todos os cidadãos com idade igual ou superir aos 16 anos, homens ou mulheres, alfabetizados ou analfabetos, têm direito ao voto. 

Hoje, mais uma vez os eleitores brasileiros vão às urnas eleger representantes para os poderes Executivo e Legislativo. Se farão escolher prefeitos e vereadores, para administrarem e legislarem pelo próximo ciclo de quatro anos. Mais do que nomes, escolherão projetos políticos, visões de administração e de sociedade, olhares para os potenciais que podem ser explorados no âmbito do município, desafios a ser enfrentados, dificuldades a ser superadas.

Desde o primeiro semestre deste ano, definiu-se um quadro de exceção determinando que a Eleição de 2020 seria atípica. Mais uma vez, o eleitor sairia de casa para escolher seus representantes para o exercício de funções no Executivo e o Legislativo municipais. A emergência sanitária, contudo, exigiu que também o dia da votação fosse adaptado à nova realidade, incluindo o cumprimento de medidas sanitárias que visem resguardar a população do risco de contágio da Covid-19. O que se verá hoje nas ruas é uma sociedade que resiste, sob uma ameaça pandêmica, buscando em seus prefeitos e vereadores eleitos, também, uma resposta para os muitos desafios trazidos pela doença e pela crise econômica e social dela decorrente.

A votação traz consigo desafios: o autocuidado e o cuidado com o próximo. É interessante pensar nessas preocupações de forma, ao mesmo tempo, objetiva e simbólica, atenta ao presente e ao futuro próximo. Exercendo o seu direito de votar, assumindo seu compromisso cidadão, cada brasileiro tem que cuidar de sua saúde e do bem-estar do próximo, assim como zelará por seu município e por suas instituições, escolhendo de forma consciente e livre de vícios os melhores entre os candidatos. 


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