Zelo pelos idosos

Desde o início da pandemia de Covid-19, a saúde dos idosos está entre as prioridades máximas das autoridades sanitárias. Inúmeros estudos comprovaram, desde os primeiros meses da crise, que pessoas acima dos 60 anos de idade têm maior risco de desenvolver complicações decorrentes do novo coronavírus, podendo inclusive vir a falecer por conta da doença. Apenas no Ceará, até o mês de junho a proporção era de que a cada 10 óbitos pela enfermidade, sete eram de anciãos.

Celebrado hoje, o Dia Internacional do Idoso convoca a reflexões sobre como essa considerável parcela da população tem enfrentado os efeitos da pandemia. Com a orientação de que fiquem isolados de outras pessoas - visando evitar o contágio da doença - estados de ansiedade, solidão e depressão podem ser percebidos nos idosos. Longe da família e dos amigos, a angústia e a ausência costumam pautar o cotidiano, desestabilizando a rotina, minando possibilidades.

Pelo fato de serem o grupo de risco da Covid-19, muitos, por medo, também deixam de procurar atendimentos médicos, o que pode ocasionar uma série de disfunções no organismo. Nessa perspectiva, igualmente é relevante considerar questões que dizem respeito ao sedentarismo, tendo em vista a não-execução de práticas de bem-estar.

Soma-se a esses desafios aqueles pertinentes à saúde mental. Proteger e fortalecer a memória, o raciocínio e outras funções, se antes já era necessário, agora torna-se essencial. Contudo, em casa, muitas vezes as atividades que podem ser feitas são limitadas, em especial para aqueles com difícil acesso à internet ou falta de conhecimentos para navegar na rede. Esse cenário acaba propiciando uma rotina mais estática, gerando menos estímulos para o cérebro e ocasionando efeitos no órgão e em suas ações.

Diante do panorama, há muito o que se fazer para contorná-lo. Além de manter o isolamento, é importante fortalecer a imunidade do idoso. Para isso, uma alimentação saudável, com horários definidos e regulares, é fundamental. Também é preciso usar a criatividade para garantir que permaneçam ativos, ainda que com pouco espaço para caminhadas ou para exercícios em casa.

Lavar as mãos corretamente e com frequência, limpar com álcool em gel todos os utensílios pessoais e garantir que apenas eles tenham acesso a esses objetos também continua sendo indispensável. E há algo que fala ainda mais alto: a urgência de se tornar presença para eles. Trocar visitas presenciais por ligações deve ser uma prática constante para mantê-los emocionalmente seguros. Afinal, estar sempre atento ao comportamento da pessoa idosa é sinal de carinho e amor.

Esses sentimentos se inserem na ordem do dia de toda a sociedade de maneira a enfatizar a relevância dos mais velhos como fonte de experiências e cumpridores de um importante papel: com os sinais que carregam do tempo, são eles que ajudam a construir um mundo mais dedicado à vida. No decisivo mês de novembro, quando acontecem as eleições municipais, cerca de 1,2 milhões de eleitores nessa faixa etária estarão aptos a ir às urnas. É evidente o peso que terão na escolha dos rumos dos municípios em que vivem e, também por isso, não se pode perder de vista sua importância capital para a sociedade.


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