Retomada do turismo

Previsibilidade é essencial aos negócios. Esse fator é igualmente relevante para os consumidores, em geral, e para os turistas, em particular. Nesse sentido, é de se esperar que o Ceará possa ter uma retomada mais consistente do que outros estados quando se considera o turismo no Brasil.

A pandemia do novo coronavírus mudou a forma como muitas nações se relacionam entre si, com o fechamento de fronteiras até que uma solução definitiva esteja disponível, e o reflexo disso, claramente, seria notado na forma como as pessoas viajam. A busca por destinos nacionais deve ser tendência em um futuro próximo, apontou o World Travel and Tourism Council (WTTC), conselho internacional que representa os interesses das empresas de turismo.

É de se esperar, portanto, que o cenário mais controlado da pandemia no Ceará, graças a um plano de retomada baseado e estruturado em fases, possa ser um ponto de atração para os turistas que buscam opções de viagem. Baixas taxas de contaminação aliadas aos destinos conhecidos internacionalmente projetam um futuro promissor para este setor no Estado.

E esse cenário otimista para o trade turístico cearense, um dos setores mais impactados pela crise do coronavírus, já começa a dar sinais de que irá se concretizar. Como recentemente noticiado, o volume de atividades turísticas no Estado chegou a avançar 13,2% na passagem de maio a junho. Além disso, a expectativa de ocupação no feriado de 7 de setembro passou dos 80%.

A projeção para as próximas datas também é animadora. O feriadão de Nossa Senhora Aparecida promete repetir ou até superar os números do 7 de setembro, uma vez que conta com o retorno de parte dos voos nacionais no Aeroporto Internacional de Fortaleza. A aviação comercial também tem apostado na seriedade da retomada do Ceará e parte das operações do hub aéreo da Capital será retomado neste mês, assim como os trechos para Jericoacoara, reconstruindo a infraestrutura turística com a qual o Estado se destacava no Brasil e no mundo.

Contudo, é preciso reforçar a importância de se manter as precauções necessárias referentes aos cuidados sanitários estabelecidos no plano de reabertura. Alerta que precisa ser feito não só naqueles do trade turístico, mas em todo espaço do setor produtivo e sociedade. A garantia de uma conscientização protegerá os indicadores positivos da retomada no Ceará, evitando uma nova onda de contaminação e, consequentemente, um novo lockdown no Estado.

Um retrocesso assim poderia trazer consequências mais duras à economia cearense, sem chances de reaver o desempenho anterior em um médio prazo e, pior, com o esgotamento dos recursos que garantiram apoio aos apenados pela pandemia de Covid-19. Apesar de rígido e restrito, é preciso analisar a importância de um plano estruturado de retorno para um setor como o turismo, primeiro setor a fechar e um dos últimos a reabrir.

Ter um caminho a seguir durante a crise ainda é uma das melhores soluções para a segurança da retomada. Sem este plano, contudo, empresas de turismo poderiam ver viajantes buscando outros destinos, fora do Ceará, nas temporadas que estão por vir.