Responsabilidade social

As estratégias de combate à pandemia do novo coronavírus visam, primeiramente, conter a disseminação da doença por ele provocado. Há também a frente científica e médica, que trabalha na pesquisa de vacinas eficientes na imunização contra a Covid-19 e na administração de substâncias, já empregadas pela medicina, para restabelecer a saúde dos pacientes.

Os esforços são convergentes, envolvem ações e conhecimentos de graus distintos, no primeiro caso, contando com a participação ativa da população e das instituições; no segundo, com o domínio técnico e dedicação de especialistas da área de Saúde.

Às administrações públicas, cabe o desafio de reforçar as unidades de atendimento médico, chegando mesmo a expandir seu número, a exemplo da construção de hospitais para atender à demanda de doentes da Covid-19. Os obstáculos estão longe de ser pequenos ou de fácil superação: há a corrida contra o tempo, imposta pela multiplicação de novos casos; e dura realidade da União, dos estados e municípios, de um País que buscava acertar o passo para voltar a crescer economicamente.

Há de pontuar que o dinheiro tem limitações, nestes tempos atípicos. A alta demanda por insumos, equipamentos e profissionais - para enfrentar um problema que é planetário - impossibilita que esta seja atendida de imediato. Estar pronto para responder à doença, à altura do número de casos, exige uma espera, por isso, é importante o esforço conjunto para garantir condições de se ter o tempo necessário, por mais breve que ele seja. A preocupação de governos de todo o mundo é a de frear a progressão de contágios.

O objetivo é duplo: minimizar não apenas os danos causados pelas manifestações mais agressivas da Covid-19; e, também, garantir que as redes de atendimento médico, pública e privada, consigam atender todos que precisam de cuidados especializados. Importante salientar que a sobrecarga de pacientes em hospitais afeta não apenas aqueles que padecem da doença causada pelo novo coronavírus, mas também enfermos de toda sorte de males.

O distanciamento físico é uma das principais estratégias recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para se proteger as populações em seus países. Sua eficácia tem sido comprovada, tanto pelo exemplo positivo daqueles lugares que o adotaram com antecedência e disciplina; como negativo, no caso das nações que relutaram em aceitá-lo e o fizeram tardiamente.

O tempo que resta até a retomada da vida social e econômica do País ainda é uma incógnita, bem como as consequências deste necessário período de isolamento. Contudo, o que se pode esperar, tendo em vista, mais uma vez, os exemplos internacionais, é uma reabertura controlada e gradual. Mais uma vez, exige-se de todos responsabilidade e empatia.

O distanciamento físico não é cômodo, mas deve ser praticado pelo maior número possível de pessoas. E a consciência de cada um desempenha um papel importante no cumprimento desta recomendação da OMS. Trata-se de ação previdente e ética, pois o cuidado beneficia não apenas aqueles que ficam em seus domicílios, como aqueles que, por razões de trabalho em áreas essenciais, não podem deixar de se expor mais e de circular pelas cidades.