Editorial: O Ceará e o mundo

O Estado do Ceará vem já há mais de uma década acenando positiva e intensamente para investidores do mundo todo. Ações em indústria, turismo, transportes e infraestrutura têm sido destacadas como forma de atração de interesses e, claro, de recursos. Busca-se, assim, um meio de compensar dificuldades históricas do Estado nos desenvolvimentos econômico e social.

É uma estratégia que demanda planejamento, transparência, políticas públicas e, sobretudo, definição de argumentos que possam convencer aquele público que é, por definição e convicção, pragmático e objetivo. Exige, ainda, que se saiba onde se quer chegar e até onde é possível ir em possíveis parcerias.

Existe um dado que merece destaque especial. É o de que por meio de construções dessa natureza estabelecem-se vantagens acessórias, mas de relevância inquestionável, que se solidificam na educação, na saúde, na qualificação profissional e na segurança, entre outros pontos, que refletem diretamente na qualidade de vida das comunidades. São passos indispensáveis para o já mencionado desenvolvimento.

Note-se, a bem da verdade, que processos assim são complexos, duradouros e legalmente intrincados e criteriosos. Mas, mesmo difíceis, sabe-se que têm um histórico de bons resultados em muitos locais do planeta. Nestes casos, o desenvolvimento social que vem a reboque do incentivo a novos negócios se dá por meio do equilíbrio entre os interesses econômicos e as demandas da comunidade em que os empreendimentos estão inscritos. A mudança precisa ser positiva, mas respeitosa. Há de observar limites. É assim, com razoabilidade, que devem ser almejados.

O Ceará, a propósito, contabiliza pontos interessantes nesses campos de relações. Pelo menos três merecem ressalva: os polos aéreo, do Aeroporto Pinto Martins, e marítimo, do Complexo Portuário do Pecém, viabilizados por acordos com empresas alemã e holandesa, respectivamente; e a central de cabo de dados capitaneada por uma multinacional sediada em Angola, na África.

É por conta do tratamento incomum que a expansão de negócios internacionais exige que assume mérito especial a necessidade de uma articulação forte e bem definida de agentes públicos com núcleos de investimentos de outros países. A participação brasileira em eventos internacionais, por exemplo, é um modo de ser afirmativo e proativo num mercado de extrema competição. E, claro, de ressaltar e oferecer credibilidade e respeito. Entidades civis, como a Federação das Indústrias e a Federação do Comércio do Ceará mantêm birôs de acompanhamento e assessoramento nesse meio.

Os esforços exigidos para se lograr êxito nesta direção demanda convergência de entes públicos e privados. Toda ajuda é bem-vinda. Há de exigir e se valer das políticas de governo internacionais do País; incentivar os movimentos da própria iniciativa privada local, quando busca parceiros além das fronteiras brasileiras; e aperfeiçoar as políticas no âmbito do Estado - incluindo aí parcerias regionais, destacando-se a importância do Consórcio Nordeste.

Os resultados já colhidos, no âmbito do Ceará, são suficientes para se ter confiança neste projeto de crescimento local, com os olhos no mundo.


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