Editorial: A economia reage

Estão a indústria e grande parte do comércio varejista de Fortaleza cumprindo os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias do Governo do Estado, aos quais está subordinado o processo de reabertura das atividades econômicas, embargadas desde março, quando decreto do governador Camilo Santana impôs o isolamento social sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Um exemplo disso são os canteiros de obras das empresas da construção civil, setor que aqui, como em todo o País, lidera a geração de emprego. Neles, por iniciativa do Sinduscon-CE, os operários cumprem rígido ritual que não se restringe ao uso da máscara nem do álcool em gel, mas obedece às regras do distanciamento e à constante higiene das mãos. Mais ainda: a mão de obra das empresas construtoras está recebendo, quando necessário, atendimento médico remoto, boa novidade que a tecnologia colocou à disposição das empresas.

No varejo, observa-se, também, semelhante obediência aos protocolos das autoridades da Saúde, o que é também uma prova de que, pelo menos na Região Metropolitana, onde quase todas as atividades econômicas foram liberadas (faltam reabrir os restaurantes, os bares, as empresas de eventos e as do serviço ligado ao turismo), o reencontro da oferta com a procura vem acontecendo sem maiores sobressaltos, a não ser em bairros da periferia da Capital. Nessas regiões, as forças da Segurança Pública têm tido alguma dificuldade para evitar o que proíbe o decreto do governador.

Um modelo de fiel cumprimento à Lei estadual têm dado as redes de supermercados, que, além do protocolo oficial, seguido à risca, impuseram regras próprias, que variam conforme o estabelecimento, mas convergem para um objetivo comum: evitar a propagação da Covid-19. Desde a explosão da pandemia, o varejo supermercadista funciona sem embargo, a não ser o que o protocolo sanitário define. Os supermercados registram nenhum óbito entre funcionários, e os que se infectaram foram tratados e curados em casa, retornando ao serviço depois de restabelecidos. Nas redes de farmácias, que igualmente não fecharam, o mesmo acontece.

O número de novos casos, na RMF, reduz-se em boa velocidade, demonstrando que o isolamento social fez e segue fazendo bem à população, principalmente a de maior risco, como a de idosos. Ainda faltam reabrir - além daqueles estabelecimentos do setor de serviço, incluindo o turismo - os templos religiosos, que naturalmente causam aglomerações, razão pela qual terão o reencontro com seus fiéis na segunda semana de agosto, quando se espera que o pior da pandemia já terá passado.

A economia cearense - a brasileira como um todo - foi duramente castigada nos últimos três meses pela interdição da atividade econômica, mas começa a reagir. Neste mês de julho, ela já deverá apresentar percentuais positivos em relação aos 90 dias anteriores.

As receitas tributária do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza iniciam curva de crescimento, e tanto é verdade que os dois entes já anunciaram o pagamento da primeira parcela do 13º vencimento do seu quadro de funcionários ativos e aposentados (que recebem proventos). Como acontece após as tempestades, o remanso parece estar aproximando-se.


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