À espera da liberação

O Governo do Estado e os setores que ainda não foram autorizados a funcionar em Fortaleza - bares, escolas, universidades, eventos e cinemas - seguem em negociação para definir qual o melhor caminho a ser tomado neste momento.

A partir de hoje, a Capital entra na segunda semana da quarta fase do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas, com abertura das academias de musculação com 30% da capacidade e ampliação do funcionamento das barracas de praia, mas sem a reabertura de segmentos simbólicos da rotina social.

A solução que tem sido discutida é o desenho de esquema de fases especial para os setores não contemplados ainda nesta quarta etapa. Oficialmente, o Governo não decidiu prazos nem como será o processo, se seriam sete ou 14 dias de uma etapa para outra ou quais as porcentagens de retorno de cada atividade.

No entanto, o governador Camilo Santana já garantiu que vai criar novas fases para segmentos considerados mais críticos pela área da saúde. A estratégia é um caminho natural, tendo em vista que o Plano de Retomada tem apenas cinco fases previstas (Transição e outras quatro fases), e tem sido desenvolvido em conjunto com representantes das atividades econômicas envolvidas e do comitê de enfrentamento à Covid-19.

Os segmentos impedidos de voltar nesta quarta fase estão em diálogo com o Governo, apresentando propostas que serão avaliadas. A ideia inicial é que o retorno dessas atividades seja aos poucos, como ocorreu com os demais setores, numa nova estrutura que contemplaria outras três etapas possivelmente.

No caso da educação, há uma discussão de que os anos finais do Ensino Médio e do Ensino Fundamental (5º e 9º anos) retornariam primeiramente. Numa outra etapa, estariam os restantes das séries do Ensino Fundamental 2. Numa possível última fase, completariam o ciclo os cursos de graduação e pós-graduação que, pelo entendimento do Governo, têm desenvolvido mecanismos mais eficientes do ensino a distância. Os debates envolvem reitores de universidades e representantes da educação no Estado.

Embora os restaurantes estejam autorizados a funcionar até as 23 horas em Fortaleza, o mesmo não ocorreu com os bares da Capital. No entendimento do Governo do Estado, os estabelecimentos são locais de entretenimento propícios a reduzir a atenção das pessoas quanto aos protocolos sanitários. Nesse caso, as negociações também estão caminhando para que bares possam reabrir aos poucos.

Quanto aos eventos, cuja atividade tem crescido nos últimos anos em Fortaleza - em 2018 foram deixados R$ 549,6 milhões pelos turistas -, o setor está elaborando um calendário do que pode ser retomado prioritariamente.

Cada vez mais há um anseio pelo retorno de uma pretensa normalidade. A não retomada de escolas, bares e festas - tão intrínsecos à rotina - joga luz sobre a permanência da ameaça do novo coronavírus e parece manter distante o reencontro com as habituais aglomerações, especialmente aquelas que comportam os espaços de diversão. O diálogo e a perseverança têm dado a tônica do avanço de cada etapa da retomada, e assim deve continuar sendo. Nunca foi tão necessário ser paciente.