Recebido no Ceará pela ala tucana com pompas de pré-candidato presidencial, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que falou à coluna, defende uma revisão das decisões tomadas pelo partido antes da janela partidária.
No Ceará, por exemplo, quase todos os parlamentares tucanos que votaram a favor de João Doria nas prévias deixaram o partido no mês passado e não participam mais da discussão interna.
Assim como ocorreu no Ceará, Leite acredita que o cenário interno se repete em outros estados, e que isso precisa ser considerado pelo partido na definição de candidatura.
Essas mudanças que aconteceram de lá para cá são sintomáticas também da necessidade da revisão do partido sobre as decisões que foram tomadas antes. Não estou defendendo, com isso, que se anule o que as prévias proporcionaram, mas certamente elas dão uma outra condição política no partido que nos faz ter que discutir sim de que forma vamos nos apresentar nesse processo eleitoral
Segundo Leite, as prévias deram a ele um papel nacional nesse debate e que foi "convocado" pelo partido a iniciar as mobilizações.
"As próprias prévias do PSDB me deram um papel nacional. Eu participei das prévias, não fui vitorioso, mas sensibilizamos 46% dos votos. Isso tem significado, representatividade e estou colocando a capacidade de mobilização a serviço de uma mobilização não contra Doria, Lula ou Bolsonaro, é contra os problemas do Brasil", disse.
Evento
Na noite desta quarta-feira (20), o ex-governador participou de encontro na Assembleia Legislativa do Ceará ao lado do novo PSDB cearense, que nos próximos dias deve oficializar nova presidência estadual e tem filiado novas lideranças para o processo eleitoral de outubro.
Apesar de ser visto como um adversário interno por Doria, Eduardo Leite falou aos correligionários que não tem planos de dividir o PSDB, e tem adotado um tom conciliador ao fazer referência ao ex-governador de São Paulo.