O futebol cearense, cheio de orgulho, começou o ano de 2022. Motivo simples: era o único estado do Nordeste com representantes na Série A nacional. Os tradicionais Bahia e Pernambuco viram seus times desabarem para as séries inferiores. Portanto, um começo de esperança para alvinegros e tricolores. Orgulho também pelo Leão estar na Libertadores. Orgulho pelo Ceará estar na Sul-Americana.
Agora, porém, o orgulho deu lugar a uma imensa preocupação: Ceará e Fortaleza estão na zona de rebaixamento. É humilhante fazer parte dos piores. E parece que a carga negativa daí decorrente chama tudo de ruim ao mesmo tempo. Uma praga. As preocupações com as competições internacionais desviaram o foco da Série A. Isso custou caro. Lembrei do velho ditado: quem não pode com o pote não pega na rodilha. Com elenco limitado, Ceará e Fortaleza tentaram lutar de igual com os que têm elencos maiores e mais qualificados. Os nossos times têm apenas conta do chá. Com relação ao Ceará, a possibilidade de sair da zona é maior, pois a diferença é de um ponto. Já com relação ao Fortaleza, a situação é mais complicada. São sete pontos de diferença. Haja preocupação.
Ao contrário
Vez por outra, tenho lembrado a vantagem de sete pontos que o ex-técnico Dimas Filgueiras pregava como margem de segurança com relação à zona de rebaixamento. No caso do Fortaleza está acontecendo exatamente o contrário: tem sete pontos a menos que o primeiro time fora da zona. Está muito difícil a situação.
Metade
A Série A nacional tem mais três rodadas para chegar à metade da competição. O Ceará enfrentará Corinthians (Castelão), Avaí (Castelão) e Juventude (fora). Terá boas chances de sair da zona. O Fortaleza enfrentará Atlético-GO (fora), Bragantino (fora) e Santos (Castelão). Para sair da zona, terá de ganhar os três jogos e torcer por tropeços dos que estão à frente.
Returno
Seria importante o Fortaleza sair da zona antes da “virada da montanha”. É que, no returno, o ponto perdido não tem mais recuperação. E o Fortaleza vai precisar de margem segura, caso saia da zona. Se assim não for, passará por sufoco e apreensão até o fim. Girar em torno da zona baixa é permanente risco de queda. Horrível.
Desgaste
Uma queda para a segunda divisão, além do desprestígio, trará também redução de receita. Será uma viagem de volta inaceitável. Um retrocesso. A rigor, as competições internacionais prejudicaram muito. Restou provado que o desgaste nas competições internacionais comprometeu o desempenho dos cearenses no Campeonato Brasileiro. Está aí o resultado.