Há alguns anos, jogar no Maracanã ou no Morumbi era motivo de temores para os cearenses. Com o intercâmbio, os tabus foram ficando para trás. Nos tempos atuais, já não é tão difícil obter vitórias no Sul e no Sudeste. Os times de lá não assombram tanto. Os cenários não assustam mais. Todos se sentem em casa, mesmo que nos campos dos adversários. Dirão talvez que são os efeitos dos estádios vazios. Mas é bom não esquecer que, quando ganhou do Flamengo no Maracanã, gol de Leandro Carvalho, em 2018, havia mais de 60 mil torcedores no estádio. O Fortaleza é no momento exemplo de time cearense que não se intimida, seja lá em que estádio, aqui ou fora. Recado dado desde a primeira rodada, quando ganhou do Atlético no Mineirão. O tricolor ganhou de virada, numa reação incrível. Agora, no empate diante do São Paulo, o Fortaleza ratificou ter personalidade e notável poder de reação. Repetiu o que fizera em 2020 no Morumbi: depois de estar perdendo por 2 a 0, buscou o empate na reta final e conseguiu o feito. Um dos fatores da brilhante campanha tricolor na Série A e na Copa do Brasil é ter por lema acreditar sempre, reagir sempre, não se abater jamais.
Pela esquerda
Lucas Crispim voltou a fazer notável atuação pelo Fortaleza, outra vez na lateral-esquerda. Ali ele se sente à vontade e, por isso mesmo, dono absoluto da situação. Já em Caxias do Sul, quando atuou pela direita diante do Juventude, Crispim deixou a desejar. Não digo tenha jogado mal, mas esteve muito aquém do que normalmente produz. Deixe o homem pela esquerda, Vojvoda.
Preocupação
O jornalista Fernando Maia, do Diário do Nordeste, fez uma afirmação que merece ser analisada. Diz ele que é mais fácil o Ceará ganhar do Palmeiras do que do América em Minas Gerais. Fernando toma por base a produção alvinegra. Diante dos chamados times grandes, o Vozão geralmente apresenta boa produção. Quando enfrenta os times médios, embaraça-se.
Playoff do futebol
A “virada da montanha” da Série A nacional acontece na 19ª rodada. Até lá o Ceará tem apenas dois jogos: o diante do América-MG no Estádio Independência e o diante do Palmeiras no Castelão. Pronto. Depois disso começa o que costumo chamar de playoff do futebol. É que quem perde ponto não tem mais como recuperar. É aí onde exatamente alguns times afundaram de vez.
Preparo físico
Na história do returno está provado: time que não tiver elenco qualificado para promover a rotatividade correrá sério risco de acentuada queda de produção. Vem o cansaço na reta final da temporada, fato que compromete sobremaneira a produção. É difícil manter ritmo forte, intensivo, continuado, em certames de grande duração. É só um alerta.