O Ceará e a limitação de sua torcida em Campinas

Leia a Coluna deste sábado (23)

Conheço bem o Estádio Brinco de Ouro da Princesa. Lá eu narrei vários jogos. Está na minha seleção de estádios com as mais belas denominações no Brasil: Parque Sabiá (Uberlândia), Serra Dourada (Goiânia), Estádio do Café (Londrina), Passo da Emas (Mato Grosso), dentre outros.  

A capacidade do Brinco de Ouro da Princesa está estimada em 20 mil pessoas. Claro que seria possível, sim, uma carga de cinco mil ingressos como a diretoria alvinegra solicitou. Houve uma estranha recusa, sob a alegação de que não há como promover a segurança interna no estádio. 

Não entendo como o aparato de segurança do Estado de São Paulo não consegue dar garantias em um estádio tão pequeno. A meu juízo, existiu evidente má vontade. O Guarani já está rebaixado. A torcida do Bugre não tem nenhum interesse no jogo. Logo, plausível foi a solicitação alvinegra. 

Cabe ao Ceará cumprir em campo a sua missão: ganhar o jogo. E contar, claro, com o apoio apenas dos 3.500 torcedores admitidos pela carga estipulada. Repito: uma limitação estranha e inaceitável. 

 

Avaliação 

 

Cuidado: a vitória do Ceará sobre o América-MG trouxe a ideia de que o Guarani é “galinha morta” porque já está rebaixado e sem interesse no jogo. Não é bem assim. O Ceará tem que se preparar para evitar surpresas que podem acontecer em qualquer jogo. 

 

Percepção 

 

Time que entra como franco atirador (caso do Guarani amanhã) tem condições de dar trabalho ao adversário. Motivo simples: não sofre pressão. É diferente do time que precisa ganhar (caso do Ceará). O jogo é decisivo somente para o Ceará. Portanto, só o Vozão estará sob pressão. É um risco. 

 

Vitória 

 

As estatísticas mostram que o Ceará jamais venceu o Guarani em Campinas. Sim, mas tudo tem a primeira vez. Os números têm seu valor, mas cada jogo tem uma história específica. Além disso, tabu existe para ser quebrado. Tem mais: as condições se revelam bem favoráveis ao Ceará. 

 

Aos supersticiosos 

 

Foi na cidade de Campinas, em 2009, que o Ceará subiu para a Série A, após vencer (1 x 2) a Ponte Preta, gols de Renan (contra) e Fabrício. Pois amanhã o cenário será mesmo, ou seja, a cidade de Campinas. O estádio é outro, mas a cidade é a mesma. Para os supersticiosos, um aspecto positivo. 

 

Aperto 

 

Por mais que o Guarani esteja em crise, o jogo de amanhã mexerá com os corações alvinegros. U aperto no peito, uma angústia. A expectativa. A espera. E o acompanhamento dos jogos Sport x Santos, Goiás x Novorizontino e Mirassol x Chapecoense. Na variação dos placares, haja coração!