Novo modelo que merece ser estudado

A decisão emergencial de concluir a Copa do Nordeste numa só cidade acabou sendo muito interessante. Eu acredito que deverá merecer uma apreciação criteriosa, pois poderá ser implantada em definitivo nas futuras edições do torneio. Certamente, em tempos normais, as cidades escolhidas poderão se preparar adequadamente para receber o evento. É natural que a cidade habilitada tenha estádios condizentes com a competição. Salvador tem três bons estádios: Arena Fonte Nova, Estádio Barradão e Estádio Pituaçu. Pegou bem e foi aprovada com o que ofereceu aos clubes visitantes. Recife tem quatro estádios muito bons: Arruda (do Santa Cruz), Ilha do Retiro (do Sport), Aflitos (pertencente ao Náutico) e Arena Pernambuco, construído para a Copa do Mundo de 2014. Talvez a questão de estádios inviabilize algumas capitais que não oferecem tantas e boas opções, como Salvador e Recife. Em São Luís, há o Estádio Castelão e o Estádio Nhozinho Santos. Mas este está aquém do padrão. Em Teresina, há o Estádio Albertão e o Estádio Lindolfo Monteiro. Este também fica aquém do padrão ideal para receber um Nordestão. Enfim, cada cidade teria de dar uma boa penteada nos seus estádios para garantir o mínimo de qualidade aos clubes visitantes. A ideia é boa e deve ser estudada com carinho.

Preocupação

Nos dois jogos recentes, o Fortaleza não rendeu a superioridade que vinha demonstrando ter. Diante do Sport, seu ataque não funcionou. Diante do Ceará, também seu ataque não funcionou. No jogo com o Alvinegro, o Fortaleza tinha o toque de bola, o controle da bola, mas não a superioridade, a imposição.

Observações

Quando Osvaldo não rende bem, o Fortaleza sente demais. E falta também um jogador, tipo Edinho, para qualificar mais as jogadas de velocidade. A propósito, quando Tinga entrou diante do Ceará, criou lançamentos perigosos para a defesa alvinegra. Só mesmo a falta de melhor condição física justificaria a sua não escalação desde o início.

Jacaré

Guto Ferreira armou muito bem o esquema para neutralizar a proposta ofensiva do Fortaleza: marcação forte e redução de espaços. O tricolor tinha tido dificuldades diante de um Sport que também adotara modelo cauteloso. Acho apenas que Guto poderia, quando o Fortaleza se expôs mais, ter usado Jacaré e não Lima. Mas, tudo bem, pensamento dele.

Incrível o futebol. A ausência de Luís Otávio tinha gerado receios de que, sem ele, a defesa do Ceará poderia não se sair bem. Ora, Klaus entrou, jogou no mesmo nível de Luís Otávio e ainda fez gol. Klaus foi eleito por Wilton Bezerra o melhor do jogo.

Outro ponto positivo do técnico Guto Ferreira foi a manutenção de Clebão no ataque alvinegro. Clebão não fez gol, mas cumpriu muito bem a sua missão. O gol dele sairá no momento certo como natural consequência da continuidade.