Legião estrangeira no futebol cearense

Leia a coluna desta sexta-feira

Somos todos irmãos. O Estado do Ceará é conhecido por sua elevada hospitalidade. Desde cedo, aprendemos a receber bem. E tratar bem. Faz parte da natureza do cearense este sentimento de acolhida. Então, bem-vindos todos os estrangeiros que estão chegando. Aqui a água é doce. O solo é bom. A alma dessa gente é de alegria, haja vista ser a terra do humor. Muitos dos que aqui desembarcam aqui permanecem. Tornam-se cearenses por amor mesmo. Antes do mundo globalizado, o cearense já praticava a globalização.

O técnico húngaro, Janos Tatray, que dirigiu o Ceará na década de 1960, embora tenha optado por morar na Paraíba, não se cansava de dizer seus amores pela terra de José de Alencar. E, por falar em José de Alencar, vejam que, no romance escrito por ele, Iracema terminou por se apaixonar pelo português Guerreiro Branco. Pense num povo acolhedor. Então, venham todos, argentinos, bolivianos, peruanos, colombianos, uruguaios, paraguaios, venezuelanos, chilenos, guianenses, cubanos, mexicanos, europeus, asiáticos, africanos... A questão é só uma: que tragam compromisso e futebol de qualidade. A nacionalidade é o que menos interessa. 

Ex-campeões 

Ainda em debate o assunto polêmico sobre a ausência dos tetracampeões e dos pentacampeões no velório de Pelé. De todos, apenas o tetracampeão, Mauro Silva, compareceu. Para mim houve uma omissão grave. Mas cada um é que sabe onde o sapato lhe aperta. Creio, porém, que, com um pouco de boa vontade e solidariedade, todos poderiam ter ido. 

Reunião 

Como eu sou um sonhador, imaginei que todos estariam lá. Juntos, todos os campeões de 1994 e todos os campeões de 2002, com os técnicos e as respectivas comissões. Delegações completas. E mais: os remanescentes do bicampeonato no Chile e do tricampeonato no México. E, se possível e se a saúde deixasse, até mesmo os velhinhos da Copa de 1958. Teria sido emocionante e belo.  

Abraços 

Quando das conquistas, todos celebram juntos. São abraços em campo e nos vestiários. Músicas, sorrisos. Uma irmandade que a gente pensa durará para sempre. O tempo passa. Cada um toma um rumo diferente. Com o passar do tempo, o distanciamento. Aí vem o esfriamento das relações de amizade. Pouco se falam. Há uma quebra nos vínculos. Talvez seja este o motivo das ausências. 

Distância 

Não deveria ser assim, isto é, o esfriamento das relações de grupos que viveram as glórias e os aplausos do mundo. Isso vale no esporte e em outros segmentos. Na música, observem que os componentes de grupos famosos que se desfizeram, como The Beatles, ABBA e outros, também se distanciaram. E nem parece que viveram juntos os melhores momentos de suas vidas. Incrível. 

Pilotos unidos 

Quando Ayrton Senna morreu no dia 1º de maio de 1994, houve uma comoção nacional. Foi o maior enterro da história do Brasil. Vieram Vieram Gerhard Berger, Alain Prost, Damon Hill, Michele Alboreto, Thierry Boutsen, Johnny Herbert, Derek Warwick e Pedro Lamy, além do veterano escocês Jackie Stewart. Emerson Fittipaldi e os demais pilotos brasileiros estavam lá. Isso, sim, foi solidariedade.