Nem o mais otimista dos alvinegros imaginaria o feito que o Ceará iria fazer, como fez, no Allianz Parque, belo estádio do Palmeiras. Maiúscula vitória (2 x 3) do Ceará. O Vozão jogou com autoridade. Não se intimidou diante de uma arbitragem ruim nem tampouco diante de brigas e provocações.
Quem leu a coluna, que publiquei no sábado, deve ter notado certa premonição, ou seja, uma sensação antecipada do que iria acontecer. Citei que, em 1994, no jogo de volta pela Copa do Brasil, o Palmeiras era favorito absoluto porquanto, em seu estádio, o Parque Antártica, entrava ostentando os títulos de campeão brasileiro, bicampeão paulista, campeão do Torneio Rio/São Paulo, além de líder da Copa Libertadores.
Além disso, tinha vários jogadores da Seleção Brasileira como o zagueiro Cleber, o lateral-esquerdo Roberto Carlos, o volante César Sampaio, o meia Amaral e o centroavante Evair. O técnico era o famoso Vanderlei Luxemburgo. Portanto, seria o Palmeiras entrar em campo e despachar o Ceará. Deu o contrário: em 1994, o Ceará, que jogava por um empate com gols, eliminou o Palmeiras ao empatar (1 x 1). No sábado passado, também a vantagem do Palmeiras era absoluta. Deu no que deu.
Semelhança
Anteontem, o Ceará teria de suplantar o Palmeiras campeão da Copa Libertadores (2020 e 2021), campeão da Copa do Brasil (2020), Campeão da Recopa Sul-Americana 2022 e campeão paulista 2022. E mais: o Palmeiras dirigido pelo treinador português, Abel Ferreira, o mais bem pago técnico do país, considerado o melhor do Brasil no momento.
Situação
Diante da diferença gritante, seria o Palmeiras entrar em campo e golear o Ceará. Ora, o Vozão estava vindo de um fracasso no Campeonato Cearense, eliminado pelo Iguatu. E de um fracasso na Copa do Nordeste, eliminado em casa, no Castelão, pelo CRB. Uma crise que culminou com a demissão do técnico Tiago Nunes e com a contratação de Dorival Junior.
Local
O Estádio Allianz Parque foi construído no mesmo local do antigo Estádio Parque Antártica, onde o Ceará em 1994 surpreendeu o Palmeiras e o eliminou da Copa do Brasil, numa surpresa que teve enorme repercussão. Portanto, o cenário era o mesmo e as circunstâncias muito parecidas, ou seja: tudo favorável ao Palmeiras.
A verdade
Quando a bola rolou, no sábado passado, o Ceará não tomou conhecimento do Palmeiras. Em noite inspirada de Mendoza e Vina, fez 2 a 0. Não tremeu quando o Palmeiras diminuiu para 2 a 1. Na fase final ampliou para 3 a 1 e poderia ter goleado, tantas as chances desperdiçadas. Sofreu o segundo gol, mas com bravura segurou a vitória. Um feito notável, imponente, inesquecível.