Futebol às 11 horas é para derreter

Os ditames dos dirigentes imperiais estão acima do bom senso que deveria preservar a saúde dos atletas

América-MG x Ceará, às 11 horas da manhã. Duvido que os programadores desse jogo aceitem ficar apenas 15 minutos sob o sol escaldante de horário assim. Certamente eles ficam protegidos em seus apartamentos com ar condicionado, geralmente tomando uma geladinha. Assim é fácil decidir. E os times que se arrebentem esbaforidos, consumidos pelo desgaste das temperaturas insuportáveis. Pimenta nos olhos dos outros é colírio. É claro que não há quem mantenha ritmo forte nessas circunstâncias. Isso prejudica o espetáculo como um todo. Ora, como não existe a possibilidade de mudança, pois impositiva a tabela, cabe aos dois times, cabisbaixos, entrarem em campo como escravos dos donos do futebol nacional. Os ditames dos dirigentes imperiais estão acima do bom senso que deveria preservar a saúde dos atletas. Reconhecem tanto o sacrifício dos atletas que resolveram criar a hora do recreio, ou seja, paralisam o jogo por alguns minutos para hidratar os atletas, distribuindo uma garrafinha de água mineral para cada um. Taí uma espécie resumida de “dai de comer a quem tem fome e dai de beber a quem tem sede”. Pronto, amigos. Descobriram o novo horário nobre do futebol: 11 horas da manhã. “Gaiatos”.

Produção

Se o Ceará repetir a produção que teve no empate (1 x 1) diante do Flamengo, terá ampla possibilidade de ganhar do América amanhã. Se repetir a produção que teve no empate (0 x 0) com o Atlético-GO. correrá sério risco de resultado desfavorável. Com todo respeito ao América, é o tipo do jogo na conta dos três pontos.

Opções

Cada torcedor tem seu ponto de vista, lógico. Assim também cada cronista. Entre Clebão e Jael, qual o de sua preferência? Os dois jogadores têm qualidade, embora com estilos bem diferentes. Gosto do desempenho do Clebão pela participação coletiva. Ele se doa mesmo. E faz seus gols. Alguns o acham lento, mas suas passadas largas compensam. 

Postura

O Ceará precisa saber se impor. Nem sempre assume uma postura assim. Cito um exemplo: diante do Atlético de Goiânia, embora no Castelão, em nenhum momento assumiu a condição de dono da banca. Embora sendo melhor tecnicamente, deixou-se nivelar e assim permitiu ao visitante levar um ponto pelo empate.  

É agora Ferrão

A torcida coral, reconhecida pela paciência diante dos tropeços do time, já demonstra inquietações mais significativas. Hoje, por exemplo, em casa, quando enfrenta o Jacuipense, vice-lanterna do grupo, terá de afastar o complexo dos empates que o atormenta. E ainda terá de torcer por tropeço do Tombense ou do Volta Redonda para então subir ao G-4. É agora, Ferrão.