As incertezas da transição no futebol

Leia a coluna desta segunda-feira

Quando termina um campeonato, seja estadual, regional, nacional ou internacional, chega a hora do inventário. Uma apuração do que deu certo e do que não deu. É hora também de arrumar as malas. As mudanças são intensas. Gente que chega. Gente que sai. Esperanças e desesperanças. Do Ceará foram embora Matheus Peixoto, Nino Paraíba, Fernando Sobral, Messias, Mendoza, Diego Rigonato, João Ricardo, Marcos Victor, Bruno Pacheco, Zé Roberto, Jhon Vásquez e Lima. Desse grupo, será sentida a ausência de Messias, Sobral, Mendoza, Pacheco e João Ricardo. As caras novas em Porangabuçu são Arthur Rezende, Caíque Gonçalves, Jean Carlos, Willian Formiga e Danilo Barcelos. Quem está de volta é Tiago Pagnussat. Já no Fortaleza as caras novas são Bruno Pacheco e João Ricardo. Pikachu é retorno.  

Costumo dizer que toda contratação é uma operação de risco. Há os fatos imprevisíveis que podem alterar substancialmente o resultado esperado. Alguns, de forma positiva. Outros, não. Há jogadores que estão bem numa equipe, mas, em um novo clube, podem não render. Questão de adaptação, relacionamento com o treinador ou condição física. São as incertezas da transição.

Objetivo 

O Ceará terá de montar uma equipe para chegar ao G-4 da Série B. No meu entender, deverá ser o objetivo principal do Ceará em 2023. Claro que o Vozão terá de trabalhar em outras frentes. Entretanto, nada será tão relevante quanto voltar para a elite nacional. A avaliação do elenco, quando a bola rolar, será nesse sentido.  

Compromisso 

O presidente Robinson de Castro sabe que somente terá de volta a pacificação completa em Porangabuçu se o time subir para a Série A. De nada adiantará ganhar o título estadual ou o título de qualquer outra competição, se permanecer na segunda divisão do futebol brasileiro. Isso exigirá muito jogo de cintura. 

Adversários 

Na luta por uma vaga no G-4 da segundona nacional de 2023, o Ceará terá como adversários os seguintes clubes: Mirassol (campeão da Série C de 2022), ABC, Botafogo-SP, Vitória, Atlético-GO, Avaí, Juventude, Chapecoense, CRB, Criciúma, Guarani, Ituano, Londrina, Novorizontino, Ponte Preta, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vila Nova. Não será tão simples quanto parece. 

Mais difícil 

A Série A de 2023 será mais difícil com a volta de Cruzeiro, Grêmio e Vasco. Há alguns anos, doze vagas estavam reservadas para os chamados grandes: Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Internacional e Grêmio. Sobrariam quatro vagas para os demais concorrentes. Hoje mudou. Só nome não ganha jogo. 

Alerta 

O Fortaleza deve estar atento, pois, aos novos desafios da Série A. A disputa será mais exigente com os três grandes de volta, Cruzeiro, Grêmio e Vasco. Se esses mantiveram na produção e nos resultados o que a fama lhes reserva, o Fortaleza não poderá jamais correr o risco que correu na presente temporada, quando na lanterna encerrou a primeira fase. Cuidado, Leão!