As dificuldades no returno da Série A

Na reta final, até o saldo de gols pode definir quem fica e quem sai

Não há nenhuma surpresa, quanto aos obstáculos maiores que todos os clubes enfrentam na “virada da montanha” da Série A nacional. Não raro, faço a comparação com o tie-break do vôlei. É ali onde a diferença acontece. Pois é no returno do futebol onde também as coisas boas e más acontecem. No Campeonato de 2020, que terminou já em 2021, o São Paulo chegou a assumir a liderança da Série A nacional, colocando sete pontos de vantagem sobre o vice-líder da competição. Uma euforia. Houve quem já o considerasse antecipadamente campeão, sob o comando de Fernando Diniz. De repente, passou sete jogos sem vencer, seis deles pela Série A. Resultado: o time despencou. Perdeu posições. Fernando Diniz foi demitido. O São Paulo deixou escapar um título certo. E quem fez a festa foi o Flamengo do Rogério Ceni. Então, estejam todos preparados para resultados inesperados. Há que se observar também o esforço gigantesco dos times da zona de rebaixamento. Os que têm ainda alguma chance de escapar apegam-se a ela e criam problemas também para os primeiros colocados. Na reta final, até o saldo de gols pode definir quem fica e quem sai. Uma loucura.  

Sete pontos  

Observem que nem com sete pontos de vantagem o São Paulo segurou a peteca no certame de 2020. Returno é isso. Sete pontos é uma margem que o ex-treinador Dimas Filgueiras pregava como a ideal para uma equipe se estabelecer e administrar sem problemas a vantagem que tem. Mas nem isso segurou o São Paulo do Fernando Diniz.  

Campeão  

No atual certame o Atlético já é olhado e admitido como campeão, tal a margem que abriu sobre a concorrência. Mas é bom frisar que ainda faltam 14 rodadas. Há muita água para passar sob a ponte. A faixa intermediária ainda vai embolar ainda mais, num vaivém muito comum na atual fase do certame. É precipitado proclamar campeão antecipado, por maior que seja a vantagem obtida.  

Desgaste  

É natural que já a partir de outubro os times passem a dar sinais de cansaço. Alguns mais, outros menos. É comum. Além disso, há jogadores que sentem mais que outros. Pesará sobremaneira a forma do elenco. Quem tiver mais qualidade pode fazer melhor rotatividade, poupando os ídolos para o “sprint”.    

Cearenses  

O Fortaleza faz bela campanha. A vitória sobre o Fluminense no Maracanã desfez a imagem de possível declínio que o time havia deixado com os tropeços anteriores. A produção em alto nível no Maracanã fez retomar a convicção de que ainda há bastante fôlego. Quanto ao Ceará, embora apresente campanha mais modesta (13º), tem dois jogos a menos. Pode voltar a crescer, sim.