A Seleção Brasileira passou bem pela fase de grupos. Já garantiu sua vaga nas oitavas de final da Copa no Qatar. Resta apenas saber em qual posição. As esperanças cresceram, após as vitórias sobre a Sérvia (2 x 0) e Suíça (1 x 0). Mas não se pode perder de vista a enorme diferença entre a fase de grupos e a fase eliminatória. São duas situações muito diferentes. Na fase de grupos, qualquer seleção tem chance de se recompor após um insucesso. Na fase eliminatória, um tropeço é fatal. Jamais a torcida esquecerá o que aconteceu com a Canarinho em 1982 na Copa da Espanha.
O Brasil tinha um timaço de craques (Zico, Sócrates, Falcão). Mas isso não impediu que a Itália o despachasse, no que se convencionou chamar de “Tragédia do Sarriá”. Tudo pode mudar de uma fase para outra. Surpresas acontecem. A rigor, além do Brasil, gostei da seleção da Espanha e da seleção da França. As seleções da Alemanha, Argentina e Holanda, a meu juízo, estão abaixo do esperado. A Inglaterra assombrou na goleada que aplicou no Irã (6 x 2), mas, no jogo diante dos Estados Unidos, perdeu o brilho. Ainda é cedo para se falar em hexacampeonato. Há muita bola a correr pelos gramados do Qatar.
Poupança
Está certo o técnico Tite, quanto à colocação de uma formação mista para enfrentar Camarões. Há necessidade de poupar atletas, sim. A Canarinho precisa chegar inteira à fase eliminatória. Essencial será o retorno de Danilo e Neymar. Mas cabe um detalhe: alguns titulares precisam render mais. Raphinha e Lucas Paquetá ficaram devendo nas duas partidas.
Despedida discreta
O tempo tem um preço, máxime para os atletas profissionais. Os ídolos Messi e Cristiano Ronaldo ainda são detentores de um futebol de alta qualidade, mas nem de longe comparável ao que praticavam no auge de suas carreiras. No Qatar, acontece uma velada despedida de ambos. Até o momento, de forma discreta, mas ainda poderá ser apoteótica, caso um deles conquiste o título.
Marcante
A Copa de 1958 foi a do ídolo Didi, o “Folha Seca”. A Copa de 1962 foi a do ídolo Garrincha. A Copa de 1970 foi a do ídolo Pelé. A Copa de 1994 foi a do ídolo Romário. A Copa de 2002 foi a do ídolo Ronaldo Fenômeno. A Copa do Qatar, se o Brasil for hexacampeão, tem tudo para ser a Copa de Casemiro. Até aqui ele está perfeito nas suas atuações.
Modelo
A próxima Copa do Mundo será em 2026. Três países serão sede da competição: Estados Unidos, Canadá e México. O número de participantes também será maior. Tomara que haja critério mais rigoroso no tocante à classificação. Nesta Copa do Qatar, há times que não teriam vaga na Série B do Campeonato Brasileiro. Claro que há um certo exagero de minha parte.