A hora da retomada alvinegra

O Ceará tem a oportunidade de reverter o mau momento, nesta quinta-feira, em Cochabamba, contra o Jorge Wilstermann-BOL, pela Copa Sul-Americana

O Ceará tem elenco para dar a volta por cima, embora ainda trabalhando em duas frentes: Sul-Americana e Copa do Brasil. Portanto, os desafios continuam em abundância, sem contar que novamente atuará em altitude desconfortável. Cochabamba, local do próximo jogo, fica a 2.570m acima do nível do mar. La Paz, onde o Ceará enfrentou o Bolívar, está a 3.700m acima do nível do mar. Há, no caso, significativa diferença para menos, mas ainda requer cuidados especiais. Depois o Ceará terá de outra vez medir forças com o Fortaleza pela Copa do Brasil. Serão dois jogos. Claro que os resquícios da decisão, embora latentes, irão a campo. De forma velada ou não, será um ajuste de contas. Em dois jogos, o Fortaleza ganhou um e empatou o outro. O cenário será o mesmo e os atores também. Essas adversidades serão para o Ceará exercício de superação. Não faz muito, o Ceará estava cartando alto, inclusive flertando com vaga na Libertadores. Também se preparou para um tricampeonato invicto da Copa do Nordeste. Vislumbrou a chance de ser campeão cearense, quando eliminou o Ferroviário. De repente, uma sequência de insucessos que incomodou muito. Agora chegou a hora da retomada.  

Classificação 

Se o Ceará garantir sua continuidade na Copa Sul-Americana, ganhará fôlego para novas missões. Se for eliminado, certamente sofrerá sério abalo na autoconfiança. Então, as cobranças começarão a acontecer de uma forma mais acentuada. E influenciarão certamente, quando da estreia da Série A e nos dois jogos diante do Fortaleza pela Copa do Brasil. A classificação na Sul-Americana aliviará as tensões. 

Repercussão 

O tricampeonato do Fortaleza repercutiu muito. Caberá ao técnico Juan Pablo Vojvoda surfar na onda de uma conquista que devolveu ao grupo a confiança. Um título, pomposo assim, levanta o astral de qualquer equipe. Mas Vojvoda tem que preparar o grupo para estreia na Série A nacional, dia 30, domingo, próximo no Mineirão diante do Atlético. 

Padrão 

Na primeira fase do clássico de domingo passado, o Fortaleza tentou pôr em prática o ritmo intensivo que o Vojvoda quer. Não conseguiu. Vimos foi uma correria que, pela pressa, terminava em passes errados, impedindo a sequência dos lances. É bom não confundir as coisas. Jogo intensivo não é corrida de 100m rasos.  

Pressão 

As duas perdas de título ampliaram a cobrança sobre o atacante Vina. Não considero justa a pressão coletiva sobre um jogador só. Há que se observar o conjunto. Oscilação todo jogador passa. Vina, no momento, não está no melhor de sua produção. Mas também não está numa fase tão negativa como querem qualificar os mais exigentes.