A dança do pombo ganhou o mundo

Leia a coluna desta quinta-feira

Alguns levam na brincadeira. Outros levam a sério. Há os que gostam do estilo de comemoração adotado pelo atacante Richarlison. Há os que detestam. É direito de cada um gostar ou deixar de gostar. Verdade é que, gostando ou não, a dança ganhou espaço na mídia mundial. Viralizou. Propagou-se com a rapidez de um relâmpago. De repente, o técnico Tite, com aquele semblante de sacerdote, também se engajou na dança comemorativa. É bem interessante a preferência do Richarlison pelo tipo que escolheu.

Pelé tinha um tipo de comemoração que foi adotado também por muitos seguidores, ou seja, soqueando o ar. Há os que comemoram beijando o escudo do clube. Esse tipo nem sempre é verdadeiro, haja vista a rotatividade existente no futebol. Num momento, o atleta faz juras de amor a uma camisa, mas amanhã poderá estar beijando o escudo da camisa do maior rival. É assim que funciona o futebol business. Quem beija a camisa de quem lhe paga melhor está no mundo dos negócios. Não é amor pelo clube: é interesse. Enfim, cada um comemora à sua maneira. Richarlison escolheu uma forma simples e simpática de comemorar. Assim, sem perceber, ele elevou a Dança do Pombo a patamares que jamais o próprio MC Faísca imaginou. Pegou. Caiu nas graças do povo. 

Variedades 

No final da década de 1970, Reinaldo, notável atacante do Atlético Mineiro e da Seleção Brasileira, estático e com braço erguido, comemorava seus gols. Jairzinho, o Furacão da Copa de 1970, com o sinal da cruz comemorava os gols que ele marcava. Jair imitou o Petras, atacante da Tchecoslováquia. 

Embalar 

Bebeto, na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, eternizou sua comemoração como se estivesse embalando uma criança. Foi sua homenagem ao filho Matheus, que havia nascido durante a Copa. Matheus está com 28 anos de idade. Nesta temporada de 2022, jogou pelo Clube Desportivo Mafra, de Portugal. 

Outros tipos 

Alguns jogadores preferem tirar a camisa na hora da comemoração do gol. Acho isso um desrespeito, principalmente aos patrocinadores. Outros optam por dar cambalhotas. Esse tipo de comemoração é arriscado. Requer habilidade circense. Outros preferem mergulhar como se estivessem numa piscina. A criatividade é interessante. 

Outros esportes 

É no futebol onde há mais inventividade nas comemorações. Não vejo isso nos outros esportes. Na Fórmula Um, o saudoso Ayrton Senna, após as vitórias, pegava uma Bandeira do Brasil e dava uma volta na pista como se fizesse a tradicional volta olímpica dos campos de futebol. Em 2019, Lewis Hamilton, o britânico, emocionou Interlagos quando imitou Senna, após vencer um GP do Brasil.