A campanha dos dois mil sócios

Leia a coluna do Tom Barros nesta sexta-feira (24)

O Fortaleza vive um momento mágico com a conquista da vaga para a Libertadores 2022. Isso levou à euforia a sua imensa torcida. A propósito, recente matéria publicada no Diário do Nordeste relembrou uma ação que, em 1978, fez crescer sobremaneira o número de torcedores do Leão. O clube passava por uma grave crise financeira. Não tinha dinheiro sequer para quitar a dívida junto à companhia telefônica. Foi aí que o dirigente Cássio Borges idealizou a “Campanha dos 2 mil Sócios”, que obteve grande repercussão. Na matéria publicada no Diário do Nordeste, foram citados nomes de tricolores que nessa campanha desempenharam importante papel para o crescimento da torcida. O engenheiro Cássio Borges, hoje com 88 anos de idade, enviou-me outros nomes, que não foram citados na matéria, mas que também deram significativa contribuição. Assim, a iniciativa dele foi fortalecida pela participação do general Edmar Rabelo Maia, Cid Paracampos, Egberto de Paula Rodrigues, Camilo Aguiar, José Cidrão, José Saboia Bezerra e Alfredo Machado. Isso posto, a pujança de hoje tem tudo a ver com o trabalho que Cássio Borges e seu grupo realizaram na década de 1970. O resultado positivo está aí.

Precursores

Na década de 1970, surgiram os primeiros líderes de torcida no Ceará. Seu Walter Filgueiras criou a Morena, primeira torcida organizada do Vozão. A “Morena” era um exemplo de comportamento. Não havia brigas nem confusões. Uma torcida exemplar que convivia muito bem com as torcidas adversárias. Não sei o motivo da extinção da “Morena”.

Mulheres

A participação de liderança feminina na torcida do Ceará teve início na década de 1950 com dona Chaguinha. Ela era muito querida. Tinha seu lugar reservado no PV. Ai daquele que ousasse sentar no lugar destinado à dona Chaguinha. Quando ela chegava ao PV, o marmanjo tomava um semancol e saía de fininho.

Tia Roma

No final da década de 1960, o Ceará teve uma torcedora chamada Tia Roma. Uma senhora, já de cabelos brancos. Não chegou a ser líder de torcida. Era discreta. Mas se tornou bastante conhecida no estádio. Depois surgiu no cenário a Francisca Preto e Branco. Essa jovem era uma festa. Vestida com as cores do Vozão, entrava em campo, agitava a galera, animava mesmo.

Ferrão

Nas décadas de 1960 e 1970, o grande líder do Ferroviário foi José Limeira. Homem simples, do povo, pacato, querido. Sabia se relacionar com todas as torcidas. Tinha grande amizade com o governador do Ceará,Gonzaga Mota. O Ferrão teve também um torcedor muito ativo, chamado Antonio Estelita Aguirre, que morreu moço demais.