Por que a série 'Sex/Life' é uma cilada

Maratonar os oito episódios do novo seriado da Netflix é picante, viciante e, o pior de tudo, decepcionante

Há muitos anos, a literatura erótica voltada para mulheres era proibida, considerada de qualidade duvidosa, depois era impressa em material ruim e vendida em bancas de revista, mas sem espaço nas livrarias.  

Agora, está com tudo e as plataformas streaming estão investindo em produções eróticas e até em “soft porn”. A Netflix, por exemplo, incluiu em seu catálogo a série "Sex/Life", na última sexta (25), apostando emplacar o “novo 'Cinquenta Tons de Cinza'". E a mulherada mandou ver na audiência. 

O prazer que antes era secreto, algo que deveria ser escondido por elas, ganhou protagonismo e se libertou das amarras, ganhando espaço nas telas e no sofá de casa. 

"Sex/Live" tem roteiro sexy, jogos de cenas bem claros, mas não tem natureza vulgar, porque não é sexo por sexo, existe uma relação entre os pares principais. Mas tira as crianças da sala, tá?

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Na série, a mulher é a protagonista mais uma vez! 

A trama é a seguinte: a protagonista, Billie (Sarah Shahi), tem uma rotina de uma mulher comum. É casada com um homem bem bonito – Cooper (Mike Vogel), tem filhos pequenos (amamenta um deles, ainda), muito trabalho, logística doméstica bem agitada e uma vida financeiramente tranquila e “departamentalizada”.  

Depois que a última filha nasce, Billie começa a escrever um diário sobre a maternidade e a questão das mudanças na vida sexual com o marido, pelo fato de que ele passou a enxergá-la como “a mãe das suas filhas”. Amornou a relação! 

Como mulher, que nunca deixou de ser, ela passa a lembrar e descrever os momentos picantes que viveu ao lado de um ex-crush, Brad (Adam Demos), antes de conhecer o marido e aproveitava muito as noites nova-iorquinas com a amiga Sasha (Margaret Odette). 

Ocorre que, um dia, Cooper lê o diário da esposa e descobre os desejos de Billie. Ele tenta satisfazê-la adotando as estratégias do ex-, super sem jeito e grosseiro, o que a deixa mais frustrada, porque perde aquele sentido que a conquistou anteriormente. 

Por outro lado, o crush, Brad, reaparece na vida de Billie, de forma meio indireta, que só vendo para saber. 

A série é sexo o tempo inteiro. E é exatamente aí onde a trama, que tinha tudo para ser interessante, perde o verdadeiro sentido. Na minha opinião, deveria dar mais destaque ao encontro dessa mulher com o seu verdadeiro desejo. 

Prós, contras e algumas curiosidades sobre Sex/Life 

A atriz principal, Sarah Shahi está arrasando no papel e faz tudo parecer realidade. Também, pudera: ela conheceu o crush da trama, Adam Demos, no set de gravações e eles estão namorando! Tudo ficou muito real, porque era real!

Legenda: Crush na ficção, namorado na vida real
Foto: Divulgação

É legal trazer à tona a questão da mulher na fase de lactação, uma fase morna do casamento, as fantasias de uma mulher que existem mesmo e que o homem tem que se lembrar disso! 

Outro detalhe é que satisfazer ego de homem, não satisfaz prazer de mulher. Prende a atenção porque ela tem que decidir entre dois milionários: um que traz segurança e estabilidade e, o outro, sexo, liberdade e aventuras. 

Nam...

Achei os diálogos fracos e sem profundidade.

A questão do sexo fica tão em evidência boa parte dos episódios e a personagem principal é tão sofrida que termina tudo ficando chato e cansativo.

"Cinquenta Tons de Cinza" e outras indicações que demos em sextas mais calientes por aqui continuam sendo as nossas dicas para que não caiam nessa cilada!



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