Está na hora de aprender um novo idioma!

Aprender um idioma não é fácil. Claro que algumas pessoas têm mais facilidade do que outras. A princípio, tentamos traduzir para a língua de origem até educar o ouvido e entender o sentido da comunicação, não é mesmo?

Comparando esse aprendizado de uma nova língua à questão do movimento de ascensão das mulheres em diversos aspectos da vida, eu observo a reação de espanto e a dificuldade em compreender a abordagem. Isso fica claro em alguns atos e reações.

Quando a SiSi chegou para ser a plataforma eminentemente feminina do Diário do Nordeste e tratar de temas direcionados à mulher, senti-me honrada em terem visto em mim, uma pessoa para representar a personalidade de uma mulher contemporânea, com posicionamentos e tranquilidade para tratar de assuntos desde aqueles com cheirinho de lavanda até outros mais picantes, sem perder elegância e nem a educação.

Considero-me uma mulher segura para guardar minha indignação e entender ruídos de comunicação daqueles que insistem em manter conceitos desatualizados, originários de questões estruturais e psicológicas. Pode não parecer, mas faço, também, a seletiva, sem dó nem piedade, de “quem é quem”. Destino ao departamento provisório (sim, porque as pessoas podem mudar!) dos “sem futuro” e aprendo que, para dar certo no jogo, é melhor conhecer as estratégias do adversário, gente que não entendeu que o mundo mudou. Afinal, na escola da vida, você primeiro faz a prova para aprender a lição! 

Quando falo em "adversário", falo em sentido geral: homens e mulheres, também! O mundo pede que atualizem as rotas da vida, aprendam o novo idioma da nova sociedade que está surgindo e reeduquem-se a ouvir a nova forma de comunicação.

Na abordagem que a nossa coluna vem trazendo de conteúdo para a mulher, o retorno que tenho é muito positivo. As mulheres sentem-se, totalmente, identificadas, mas sempre escuto comentários sobre a minha ousadia em expor assuntos que antes era um verdadeiro tabu nas rodas sociais!

Essa liberdade de atitude permite ser voz às mulheres, manter-me simpática, bem-humorada e segura em rebater comentários e posicionamentos retrógrados de pessoas ultrapassadas.

A coluna social dos novos tempos, além de fotos glamourosas, precisa ser capaz de mostrar a verdadeira mulher como ela é. A sua forma de agir, pensar, vestir, ser e querer. O seu verdadeiro status social.  

Como, também, é importante a compreensão e o respeito de que os temas tratados na coluna merecem uma leitura atualizada para todos que vivem no século XXI. Alguns homens, especialmente, precisam: educar os ouvidos para aprender um novo idioma, administrar os seus egos e se reconhecer mais vulneráveis, já que a nova mulher pode ser, ter e sentir o que ela quiser.

Por fim, faço minhas as palavras de Chimamanda Adichie, feminista, uma das mulheres mais admiradas da literatura mundial e entrevistada no último Roda Vida: “eu acredito profundamente na capacidade dos seres humanos de moldar e reinventar a si mesmos para melhor. Feminista é um homem ou uma mulher que diz: Sim, existe um problema com o gênero como ele é visto hoje e devemos consertá-lo. Devemos fazer melhor.” 

O meu convite é para seguirmos juntos, homens e mulheres, em busca de um posicionamento verdadeiro, sadio, atualizado e respeitoso. Se você topar, mude o seu olhar e aprenda um novo idioma! 

Dominguemos, amém!