Esse negócio de gosto é muito complicado

Cada pessoa tem um gosto e, quando o gosto depende de validação do outro, aí é que complica!

Legenda: Jeritza Gurgel
Foto: Jeritza Gurgel

Foi no dia 03 de dezembro de 2020 que escrevi meu primeiro jornal, sob a orientação de um brilhante jornalista que foi destinado ao árduo papel de ensinar uma advogada a escrever uma coluna social numa pandemia.

Para mim, parecia que estava recebendo uma receita de um bolo e posso explicar: sou péssima na cozinha e escrever para um jornal de grande circulação, como o Diário do Nordeste, seria mais desafiador que fazer um bolo.

Porém, sou daquelas destemidas e que, quando gosto da coisa, é fácil aprender.

Pois bem, recebi aqueles ingredientes e fui colocando a “mão na massa”, sob as orientações do “chef”, Dellano Rios. Não é fácil encontrar o ponto da massa e, nem muito menos, o gosto que as pessoas apreciam.

Esse negócio de gosto é muito complicado, né?

Gosto tem como sinônimos: sabor, aptidão, habilidade, tendência, querer, vocação etc. Ou seja, uma série de ramificações que, para o caso que estou contando hoje, dependiam da validação do outro para fermentar.

Outra coisa complicada: dar ao outro o poder de validar algo seu.

Ora, se naquele momento o nome do projeto era SiSi e, se significava olhar para dentro de si e espalhar para o externo, permitir validações seria não acreditar em mim mesma.

Então, não foi fácil juntar os ingredientes que tinha e entrar na cozinha para ousar, temperar sabores, testar tamanhos, rechear a missão ofertada.

Usar de criatividade, bom senso, longanimidade, acima de tudo, foi o grande desafio nesse primeiro ano que busquei rechear o bolo.

Na construção do bolo, a base do produto nunca saiu do meu foco, por isso, sempre estou medindo a dose, que passo a compartilhar com você a dica principal: use a sua empolgação com cautela, porque assusta as pessoas (e o bolo). É impressionante como vibrar, sacudir, incomoda.

Para não perder a piada, se for uma comemoração de aniversário, tenha uma vela por perto, mas só use se os convidados sugerirem. Cante os parabéns, mas não assopre! O bom senso do julgamento impiedoso do tribunal da internet, recomenda.

Enfim, o fato é que percebi que, se for procurar uma receita que agrade a todo mundo, nunca e nem jamais, irei ter a fórmula perfeita. O sabor ideal oferecerei a vocês com todo o meu carinho e coragem.

Ter um propósito e saber o caminho a trilhar quando há um excesso de saídas, mas uma escassez de chegadas é, certamente, fortalecedor. Já dizia o Gato Risonho, de Alice no País das Maravilhas: “ para quem não sabe para onde vai, qualquer lugar dá certo!” Portanto, sei para onde vou para dar mais certo, ainda.

Ora, eu quando aceitei estar no projeto SiSi entendi que ali, naquele momento, reencontrava o meu mais verdadeiro propósito de vida, aquilo que me move, me emociona, me faz gerar mudança: a comunicação.

Todos os dias, cada um de nós temos um propósito. Perceba!

Só que propósito que vem, em tamanho gigante, que quase te preenche, confunde mesmo com você.

A comunicação é a minha conexão. Não tenho a menor dúvida. E digo mais: a fala é o meu forte. É a minha cereja do bolo que, ainda, está guardada.

Por enquanto, nesse bolo que consegui construir até hoje, estou colocando uma vela, sem esperar aplausos, porque faz parte do meu propósito, seja o caminho que for! Só quero mesmo é dividir essa fatia com você, leitor, porque tenho a felicidade de compartilhar o bom da vida com quem gosto.

Além do mais, hoje é domingo, né? Não faz mal comer um bolinho!

Dominguemos, amém!