Dona de Si

Nascida em Fortaleza, Jessika Moreira, tem 34 anos, é mãe de uma menina de três anos chamada Laura e, apesar de ser apaixonada pela filha, não romantiza a maternidade. Considera desafiador criar outra mulher!

Legenda: Jéssika Moreira. Graduada em Marketing pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Tem formação executiva em Inovação no Setor Público pelo Insper; Liderança Estratégica e Inovadora na Era Digital pela Cornell University; Liderança de Dados para Negócios pela Tera; certificação nos programas RH Estratégico no Setor Público pela Fundação Dom Cabral; e Liderança Criativa no Setor Público e na Sociedade Civil pela THNK School of Creative Leadership.
Foto: Helene Santos

Atualmente, coordena o ÍRIS | Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. É uma entusiasta da inovação e uma verdadeira empreendedora pública. Acredita que, somente quando se prioriza o capital humano e enxerga as pessoas é possível impactar e transformar a cultura do setor público. Gratidão faz parte do seu legado e é ao Governo do Ceará a quem agradece a oportunidade por trabalhar na atual condição.

Jessika Moreira é uma mulher determinada e persistente, que busca o que quer conquistar sabendo que tudo faz, é parte do caminho do aprender e do fazer. É apostando na transformação que Jessika está sempre estudando, pesquisando, vivendo novos contextos através da leitura e da conexão com o outro, onde afirma que “cresce a alma, o intelecto e a capacidade de entregar coisas novas. Essa busca diz muito sobre mim. E é algo que compartilho com o time do ÍRIS. Isso nos une!”

Assim, a SiSi te convida para conhecer Jessika Moreira através de uma outra íris, aquela que mostra o espelho da alma da Coordenadora do Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará - IRIS, que, nesse mês, foi vencedor de 8 categorias do Prêmio Labutantes, uma premiação nacional que reconhece iniciativas do setor público brasileiro, mas da mulher que por trás de tudo isso é feita de carne, osso e é gente como a gente, além de super interessante. Bem Dona de Si.

Legenda: Jéssika Moreira. Graduada em Marketing pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Tem formação executiva em Inovação no Setor Público pelo Insper; Liderança Estratégica e Inovadora na Era Digital pela Cornell University; Liderança de Dados para Negócios pela Tera; certificação nos programas RH Estratégico no Setor Público pela Fundação Dom Cabral; e Liderança Criativa no Setor Público e na Sociedade Civil pela THNK School of Creative Leadership.
Foto: Helene Santos

1. Como tudo começou na sua carreira profissional? Como chegou ao Íris?

Estou na administração pública há 7 anos. Trabalhei no setor privado, tive experiências no mercado publicitário e financeiro, atuando na maior corretora de valores do país. Migrar para o serviço público foi desafiador e apaixonante. Tive muita sorte de trabalhar com pessoas incríveis e atuar com lideranças inspiradoras.

A gestão do Governador Camilo Santana sempre foi pautada por novas ideias para a entrega de valor público. O ÍRIS nasceu em 2019, em meio a um forte movimento mundial de abertura de laboratórios para estimular a inovação pública e a aceleração da transformação digital centrada no cidadão.

Nesse processo, cito com carinho uma das principais lideranças públicas do estado. O atual vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, na época secretário-chefe da Casa Civil, apoiou a criação e a instalação do Laboratório ÍRIS. Ele possui uma visão inovadora, instigante e crítica sobre os problemas sociais e sobre o comportamento humano. Élcio é um grande mentor para mim.

O ÍRIS está instalado fisicamente no Palácio da Abolição há mais de um ano. Desde então, estou na coordenação do Laboratório, trabalhando junto com um time incrível de pessoas vibrantes, talentosas e dispostas. Entre elas, o brilhante e inspirador professor José Macêdo, cientista-chefe de Dados da Transformação Digital do Governo, que hoje divide a coordenação do Laboratório comigo.

Foto: LC Moreira

2. O que é o Íris?

O ÍRIS é o Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Nossa missão é fomentar uma cultura de inovação para acelerar o processo de transformação digital no estado e tornar a gestão orientada a dados. Para além da tecnologia, colocamos os cidadãos sempre no centro dos nossos processos para desenvolver melhores serviços e políticas públicas.

Para isso, trabalhamos com diversos órgãos da administração pública. Além de cooperarmos com organizações nacionais e internacionais, com a proposta de testar e disseminar novas metodologias e expandir a inovação.

Eu acho super relevante citar que o ÍRIS trabalha com pessoas e para pessoas. Temos uma atuação focada em redes que gera muito impacto positivo dentro e fora do Governo.

Nesse último mês de julho, vencemos 8 categorias do Prêmio Labutantes, uma premiação nacional que reconhece iniciativas do setor público brasileiro. Para nós, é motivo de muita alegria, muito orgulho. O ÍRIS é um laboratório que vai além de um espaço de experimentação, ele vibra uma nova cultura e novas maneiras de pensar e resolver problemas públicos. É assim que a gente entrega valor e esse reconhecimento vem para fortalecer o ecossistema de inovação. Essa premiação é do Ceará, da equipe do ÍRIS, um time incrível, dos nossos parceiros e, especialmente, de cada cidadã e cidadão cearense.

3. Qual a importância da Jessika para o Íris? Para o Estado? Para outras mulheres?

A possibilidade de contribuir para a melhoria da vida das pessoas é um combustível extraordinário. Apoiar o desenvolvimento e inspirar outras mulheres para cargos de liderança, e, a partir disso, também, defender a conquista por maior representatividade de diversidade na mesa da tomada de decisão no ambiente público é uma das minhas causas.

Hoje trabalho com muitas mulheres, mulheres incríveis, que se escutam, que se acolhem, que têm espaço para criar. E com homens extraordinários que têm empatia e nos valorizam. Eu sou e serei sempre ativista da diversidade, de gênero, raça, sexualidade, parentalidade, entre tantas outras. Acredito que a diversidade é um ingrediente fundamental para a entrega de resultados inovadores, principalmente no setor público. Não podemos mais tentar resolver problemas complexos da sociedade com pessoas iguais. Parem! Não está funcionando.

Foto: Helene Santos

4. Como você reconhece suas capacidades e sua autonomia?

Sei que tenho uma capacidade enorme de aprender, aprender rápido e colocar em prática. De expandir minha visão sobre contextos diversos, de me comunicar, de me conectar. Tenho consciência das minhas habilidades, dos meus valores e tenho isso muito presente no meu dia a dia. Sempre quis ser independente. Por ser mulher, aprendi cedo os desafios femininos para conquistar espaço no mundo e isso me tornou mais sagaz para lutar por mim, pela Laura (filha) e por outras mulheres.

Ser mãe, ser mulher e atuar no setor público, em um ambiente, majoritariamente, masculino não é fácil. Principalmente para quem desafia o status quo. Muitas vezes preciso me reconectar ao meu propósito e evidenciar meus objetivos pessoais. Não existe outro caminho, é avançar para vencer e viver uma vida com significado.

Foto: LC Moreira

5. Alguma curiosidade da sua vida que queira contar? Alguma experiência legal?

Além de adorar uma feira de rua, bater perna no centro da cidade, uma casa de vila e um buteco, em 2008 passei por uma experiência internacional de muitos aprendizados. Tive a oportunidade de morar um ano no Marrocos, uma cultura extremamente diferente da nossa, que trouxe percepções profundas sobre a vida e as relações humanas. Nessa viagem me descobri feminista. Em meio a tantas dificuldades, vivenciei muita violência contra a mulher. Conheci mulheres extremamente submissas, com a liberdade tirada, a voz amputada e o olhar para o chão. Tudo isso, contribuiu muito para a Jessika que eu sou hoje. Minha luta por independência e protagonismo na própria vida.