'O Problema dos 3 Corpos' reúne produtores de GoT com maior orçamento da Netflix; veja entrevista

Série estreou na plataforma com o maior orçamento da história da plataforma, desbancando One Piece

Maior orçamento da história da Netflix: R$ 160 milhões. Não bastasse o número gigantesco para lembrar de 'O Problema dos 3 Corpos', estreia da plataforma na última quinta (21), a produção ainda marca o retorno de David Benioff e D.B. Weiss para lançamentos de grande porte desde o fim de Game of Thrones, da HBO. Por conta do sucesso da história adaptada de George R. R. Martin, os dois estão sempre atrelados a séries épicas, seja no momento de lembrar das críticas ou dos detalhes mais icônicos. Seria a nova mais um acerto?

A série foi adaptada do livro O Problema dos Três Corpos, do escritor chinês Liu Cixin. Publicado em 2008, ele retrata o contexto da Revolução Cultural Chinesa, em 1960, circulando em torno da história do físico Ye Zhetai e a filha, Ye Wenjie. Anos depois do início, ela contacta uma espécie alienígena por meio do trabalho em astrofísica realizado em uma base militar na Mongólia. 

Veja o trailer:

Apesar de ter origem no passado, o enredo se encaminha para o presente, quando cinco cientistas terão que lidar com a importância desse contato para salvar a humanidade da destruição. Benioff e Weiss, inclusive, já demonstraram o interesse de produzir ao menos quatro temporadas da série. 

Para os atores, assim como para os admiradores do trabalho dos produtores, a experiência de trabalhar em 'O Problema dos 3 Corpos' foi única. "Tive muita sorte porque o David e o Dan escreveram esse papel para mim", adiantou John Bradley, que interpreta Jack Rooney na nova série, mas já foi Samwell em GoT, em entrevista ao Diário do Nordeste

"Eles me ligaram há alguns anos para perguntar se eu queria trabalhar com eles de novo. É claro que eu disse que sim. A partir desse momento, fiquei intrigado, porque eles me disseram: 'Vamos criar um personagem mais parecido com você do que qualquer outro que você já interpretou antes'. Ouvindo algo assim, a gente pensa: 'Ah, fantástico, que interessante', mas, ao mesmo tempo, 'Hmm, vou descobrir o que eles acham de mim. Vou saber como eles me enxergam como pessoa'", se divertiu ao lembrar. 

Segundo ele, as informações sobre o personagem só vieram um ano depois e não houve dúvidas de que tudo se encaixaria sob o olhar dos dois produtores. "Eles descobrem o que o ator faz melhor, como pode brilhar. Então, eu sabia que eles também fariam isso por mim com o Jack Rooney em “O Problema dos 3 Corpos”. E foi exatamente assim. Eles mudaram a minha vida uma vez há doze anos, e agora, acho que vão mudar de novo", confirmou.

Adaptação para o streaming

Bradley conta que quando soube da adaptação vinda da literatura buscou ler a trilogia escrita por Liu Cixin. Impressionado com a história, ele conta ter ficado na dúvida sobre como tudo seria levado às telas. Ainda assim, o resultado foi extremamente positivo.

"Não conseguia imaginar como eles fariam. Mas assim que comecei a ler os roteiros, percebi o toque mágico deles, que pegaram esse material de origem super denso e transformaram em uma série divertida. Os principais elementos dos livros estão na série, mas eles ampliaram ainda mais a história, em relação à parte humana dos personagens, o relacionamento e a motivação deles", reforçou. 

Questionado sobre quais os temas mais importantes abordados na série e nos livros, o ator ressalta que a discussão de 'O Problema dos 3 Corpos' é extremamente atual e, apesar de não estar explícita, pode ser refletida pelos espectadores que acompanham.

"Uma questão que vi nos livros é o que significa ser alienígena e o que significa fazer parte de uma comunidade. Porque, em alguns setores da sociedade, é uma tendência enxergar o próprio país como o universo todo e qualquer pessoa que venha de outro país como alienígena. Então, tem algo significativo e emocionante na ideia de que, quando precisamos lidar com uma civilização alienígena de repente, que vem do outro lado do universo, a humanidade se torna uma comunidade global", reforçou.

Para os fãs, Bradley garante que deve sobrar diversão e muito a esperar de possíveis novas temporadas. "Os fãs dos livros vão encontrar uma adaptação incrivelmente fiel aos principais temas dos livros. A mensagem que é a alma dos livros está intacta", comenta. Segundo ele, a influência dos produtores e roteiristas foi essencial em todos os sentidos. "Eles acrescentaram o drama humano, muita psicologia humana, motivações e o elemento romântico. Tem relacionamentos que se rompem, doenças e muitos temas universais que não estão necessariamente nos livros. A série consegue manter as ideias essenciais intactas, mas também adiciona a parte humana", finalizou.