Manu Gavassi e Rafael Infante estrelam a comédia nacional "Não Tem Volta", em cartaz nos cinemas desde esta quinta-feira (24), e ao passo em que demonstram a química e o timing perfeito em cena, também transpareceram uma parceria fluida durante as entrevistas para divulgação do longa. A esta coluna, os dois falaram, entre risadas e uma comunicação leve, sobre como o trabalho nos bastidores ocorreu, além das conexões com os personagens Gabriela e Henrique.
"Não tem Volta" conta a história exatamente desses dois, um casal que termina por decisão dela, que não aguenta mais lidar com o ciúme do namorado. Sem lidar bem com a separação, Henrique perde a vontade de viver e resolve agir de forma drástica, contratando um assassino de aluguel para tirar a própria vida.
Veja o trailer:
Logo no início da entrevista, a pergunta acabou sendo sobre como os dois enxergaram esse roteiro antes de gravar e quais as surpresas vistas enquanto já estavam imersos em Henrique e Gabriela. "No convite do filme, sentimos o interesse de saber daquela história, o que ia acontecer, sabe? Então começou com esse sentimento e quando começamos a rodar percebemos que sentimos ainda outra coisa, o que foi bem legal, na verdade", começou Rafael Infante.
Ele, inclusive, é um dos pontos altos do filme. Com um ritmo próprio acelerado, Infante dita as nuances do longa, fazendo rir e calar na hora certa. A comédia é bem pensada e também equilibra com os assuntos mais sérios da relação entre Gabriela e Henrique, deixando o espaço certo para ele, que é o protagonista, brilhar em cada diálogo. Um acerto, sem dúvidas.
Já para Manu, a sensação deixada agora, com o filme já nos cinemas, é de como ele se transformou enquanto os dois trabalhavam nele. "Falamos muito sobre como as cenas mudaram bastante entre o que estavam escritas e o que a gente sentiu filmando. Tinham coisas que a gente chegava dando risadas e acabou saindo chorando da gravação, o tom era completamente diferente. Acho que foi gostoso porque teve essa surpresa e fomos contando uma história bem legal ao longo desse filme", disse.
Diferentes propostas
A própria sinopse do filme demonstra essa 'mudança de tom'. Acontece que Henrique, o personagem interpretado por Rafael Infante, acaba sendo surpreendido pelo retorno de Gabriela, dessa vez decidida a retomar o namoro. Entretanto, a agência contratada por ele mesmo para matá-lo não quer saber por qual motivo o serviço não deve ser concluído e as risadas já começam a partir daí.
Nessa mistura de gêneros, com a forte presença da ação e da comédia-romântica, os dois dizem ter se divertido enquanto trabalhavam. "Não pensei que o filme tinha vários gêneros enquanto estávamos filmando. Ele tem, de fato, mas quando a gente está atuando o importante também é que ele faça sentido, então não dá para simplesmente pensar apenas nas viradas. Aqueles personagens ali soam muito reais, o relacionamento deles. Acho legal a gente ter podido transitar nisso de várias formas", opina Manu Gavassi.
Sobre o trabalho dela no filme, pode-se dizer que ele encaixa bem. A troca com Rafael Infante funciona diante das câmeras e os dois arrancam boas risadas em cenas juntos. Talvez o incômodo só esteja na personalidade de Gabriela. Ela não exige tanto da cantora e atriz, o que pode inquietar o espectador capaz de enxergar apenas a própria Manu em cena. Ainda assim, o trabalho dela é eficaz e não destoa da proposta.
Já para Infante, o ponto alto acabou sendo como 'Não tem Volta' se construiu. Segundo o ator, a mistura entre os gêneros foi grandiosa tanto para contar a história da forma mais factível como também para que a produção se tornasse algo completamente novo.
"As cenas de ação eu nunca tinha feito nada dessa forma e o resultado fica muito legal e maneiro de ver, fora de como é também muito interessante ver o cinema nacional fazendo isso. O desafio esteve um pouco aí, nesse passeio de gêneros", reforçou.
Para além das experiências dos dois, 'Não tem Volta' continua em cartaz nos cinemas brasileiros como uma daquelas comédias interessantes de assistir e que não caem no roteiro já conhecido — e até batido — das recentes produções do gênero.