Troca de insultos mostra como deputados estão mandando às favas o decoro parlamentar

Os dois parlamentares precisam receber reprimenda da Mesa Diretora e responder pelo desrespeito ao parlamento estadual

Legenda: Osmar Baquit e Leonardo Araújo trocaram insultos e quase saem no tapa
Foto: José Leomar

"Vagabundo", "moleque", "comprador de voto" e "garganta de aluguel". Os termos acima foram alguns dos proferidos em uma troca de acusações entre os deputados Leonardo Araújo (MDB) e Osmar Baquit (PDT), na manhã desta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa do Ceará.

O lamentável episódio em que os parlamentares quase saíram no tapa, em plena Mesa Diretora da Casa, representa um grande prejuízo para o parlamento estadual e mostra como os deputados estão mandando às favas o decoro parlamentar (e não é de hoje).

A briga entre os parlamentares, independentemente de suas motivações, envergonham a sociedade cearense por ocorrer em um espaço de cidadania, feito para o bom debate democrático dos problemas e das virtudes do Estado do Ceará. 

Se o clima eleitoral está elevando a pressão arterial dos parlamentares, que procurem a arena adequada e deixem o plenário da Casa para os projetos importantes para a população cearense. É zero o interesse público na querela paroquial dos parlamentares. E é preciso respeito ao parlamento.

O dantesco episódio impõe à Mesa Diretora da Casa e ao presidente José Sarto (PDT) a obrigação de uma dura reprimenda aos envolvidos que quebraram o decoro parlamentar e precisam responder por isso. Com rigor, sem panos mornos.

Clima eleitoral

O bate-boca ocorre por conta de uma briga política na região dos Inhamuns entre os grupos do deputado Leonardo Araújo e o do ex-vice-governador Domingos Filho, cuja esposa é a deputada estadual Patrícia Aguiar. Baquit tomou as dores pela colega e partiu para o enfrentamento.

Trata-se de uma boa oportunidade para que a própria Casa elabore regras claras para o uso da tribuna neste ano eleitoral e cobre dos parlamentares que cumpram as determinações. Cabe ao Ministério Público também acompanhar o uso eleitoreiro da tribuna da Casa.