Sem guerra política, Brasil estaria melhor

O dia de ontem se encerrou com um clima aparente de paz política entre o presidente Bolsonaro e os governadores. Ficou uma sensação de que se esse ambiente fosse mais duradouro, o País estaria enfrentando melhor a crise do coronavírus. A beligerância constante, as declarações impensadas (ou não) e o clima permanente de guerra ideológica têm sufocado o Brasil, dividido os brasileiros e dificultado ações em todas as áreas, mas principalmente na economia e na Saúde, as duas mais afetadas pelo pior cenário para o Brasil nos últimos 100 anos, pelo menos. A reunião de ontem entre Bolsonaro, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, e os 27 governadores teve suas surpresas e seus percalços, mas ocorreu com êxito.

O governo federal apresentou suas condições, os estados fizeram suas demandas e o resultado foi um acordo, sem divergências, pelo menos, por enquanto.

Coordenação nacional

Não se pode esperar do presidente Jair Bolsonaro uma postura que não a do confronto. É da natureza dele e ele chegou até onde está por isso. Não vai mudar. É necessário, porém, uma coordenação nacional das ações.

É possível mais diálogo entre os poderes da República e os entes federados. E é fundamental uma linha de atuação conjunta para que o País possa sair da crise.

Só na próxima

Nós tratamos nesta coluna, na edição de ontem, do clima de incertezas entre os governadores sobre qual seria o tom da reunião com Bolsonaro. E o clima da reunião acabou sendo positivo, apesar de algumas surpresas, como a da transmissão ao vivo. O fim, que pareceu antecipado, também causou espanto. Após a solução do acordo sobre o socorro financeiro, um grupo de governadores, entre eles, Camilo Santana, esperava que fosse tratado algo sobre a Saúde. O ministério está vago. Tanto assim que, além dos auxiliares da área da economia, Camilo assistiu à reunião com o secretário de Saúde, Dr. Cabeto. Ficou para a próxima.

Número alarmante

O Ceará registrou, ontem, 261 mortos. Claro que trata-se do registro, não obrigatoriamente do dia do óbito. De uma forma ou de outra, um número assustador e alarmante, que impõe cautela em relação a qualquer euforia desavisada de abertura desenfreada da atividade econômica. Não deve ser assim. Discutir, sim. Planejar, também. Mas fazer tudo dentro de um protocolo rigoroso e com base na melhor ciência.

Gestão pública

Está marcado para os dias 23 e 24 de junho o Seminário Gestores Públicos - Prefeitos Ceará. Neste ano, haverá uma edição especial do evento que entrou no calendário do setor público cearense. Realizado presencialmente há oito anos, em 2020 as palestras serão totalmente online e trará autoridades nacionais para conversar sobre soluções para os municípios, em um momento de retomada após a crise do coronavírus. As inscrições são gratuitas e acontecem no site do Instituto Future (institutofuture.Com.Br/prefeitos2020).