A disputa pela Prefeitura de Fortaleza em outubro próximo segue sendo uma incógnita sobre a participação e a capacidade de mobilização e união que terão os candidatos de direita. É possível o campo conservador ter vaga no segundo turno? A resposta passará pela articulação, inclusive nacional, entre os partidos de maior destaque para tentar quebrar uma hegemonia de PT e PDT que dura desde 2004.
O cenário atual conta com três pré-candidatos: Capitão Wagner (União), André Fernandes (PL) e Eduardo Girão (Novo). Nos bastidores, muito tem se falado sobre a possibilidade de entendimento entre os nomes, mas até o momento, nada indica que, no campo local, haverá entendimento.
Em dezembro do ano passado, em análise, afirmamos, nesta coluna, que os três nomes colocados pelo campo político poderiam pulverizar votos e enfraquecer a direita para o confronto com o prefeito José Sarto (PDT) e Evandro Leitão (PT), escolhido como pré-candidato dos aliados do governo do Estado.
Na última semana, em declarações à imprensa, Wagner chegou a dizer haver um entendimento com André Fernandes para avaliar as condições mais perto da eleição e propor um acordo. Já Fernandes rebateu dizendo que sua candidatura, do campo bolsonarista, é inegociável.
A dificuldade de conciliação entre possíveis aliados no Ceará poderá levar a decisão para instâncias superiores dos partidos. Na última semana, apurou esta coluna, um dirigente do União Brasil procurou um interlocutor do ex-presidente Jair Bolsonaro para falar sobre o contexto de eleições municipais.
Como maior cidade do Nordeste, uma região que deu grande maioria a Lula em 2022, Fortaleza esteve na pauta do debate para uma possível aliança para a eleição de outubro. A compreensão é que isoladamente, os pré-candidatos terão mais dificuldade de ir ao segundo turno.
Fortaleza está no radar das lideranças nacionais. O difícil é saber quem abre mão da cabeça de chapa.