Surpresa! São Francisco pode chegar ao Castanhão em uma semana

As águas avançam em boa velocidade. Ontem, elas passaram sob a ponte do rio Salgado em Icó. Uma fonte da Secretaria de Recursos Hídricos disse que, "do jeito que as águas correm, elas chegarão em uma semana ao Castanhão".

Surpresa! As águas do Rio São Francisco, que descem muito rapidamente em direção ao seu destino no Ceará passaram ontem sob a grande ponte do Rio Salgado, na cidade de Icó.

Uma fonte da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) disse ontem, quarta-feira, à noite, a esta coluna que, “do jeito que as águas correm, é possível que elas cheguem ao açude Castanhão na próxima semana, o que será uma enorme surpresa para todos nós do Governo do Ceará”.

A mesma fonte encaminhou à coluna, também, vídeos e fotos aéreas, captadas pelos dois drones que a SRH utiliza para acompanhar a viagem desde o Cinturão das Águas até o Castanhão. 

As imagens confirmam a boa velocidade das águas, cujo volume – liberado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) em comum acordo com a SR-Ceará – é de 10 metros cúbicos por segundo.

O Salgado deságua no Jaguaribe, que será o novo caminho do São Francisco até chegar ao Castanhão.
 
Há muita expectativa positiva na sede da SRH, em Fortaleza. Essa expectativa é a mesma dos técnicos do MDR, que também acompanham a viagem das águas do São Francisco para o açude Castanhão.

LOCKDOWN

Diante do crescimento extraordinário de novos casos, de novos internamentos que comprometem o normal funcionamento da rede hospitalar pública e privada e de óbitos diários causados pela perigosa e rápida propagação da Covid-19, o governador Camilo Santana agiu acertadamente ao decretar “lockdown” em Fortaleza, a partir de amanhã, sexta-feira.

Há choro e ranger de dentes contra o novo decreto governamental, e este é o ônus que desaba sobre os ombros de quem recebeu do povo um mandato que lhe confere o direito de tomar decisões.

E a decisão de Camilo Santana, respaldada pelo seu secretário de Saúde, Dr. Cabeto, segue o manual recomendado pela ciência. Serão duas semanas de mais prejuízos para os setores mais castigados pelas restrições da atividade econômica – como o de restaurantes e bares, muitos dos quais irão à falência.

Mas, em primeiro lugar, está a missão do governo de garantir a vida das pessoas.

CUIDADO COM A BOLHA

Chama-se Go Shuqing o presidente da Comissão Reguladora dos Bancos da China. Ele é, na prática, o presidente do Banco Central chinês. 

Na semana passada, Shuqing deixou assustados – e assim se mantêm hoje – os seus colegas ocidentais e os investidores dos dois lados do mundo, ao advertir para a existência do que chamou de “bolha de ativos financeiros estrangeiros”, a qual, na sua opinião “pode estourar algum dia” (a melhor tradução seria “a qualquer momento”).
  
Em 2008, nos EUA, estourou uma bolha imobiliária que levou à quebra de vários bancos, incluindo o famosíssimo Lehman Brothers, que fechou com um rombo de US$ 691 bilhões e mais de 25 mil funcionários desempregados.
 
Foi o maior desastre financeiro do planeta desde o caos de 1929.
 
Neste momento, nas bolsas do mundo – nas dos EUA, da Europa e da Ásia de modo acentuado – os papeis estão a valorizar-se muito rapidamente, lembrando o “crash” de há 13 nos. 
 
Se algo parecido acontecer agora, haverá, como apontou Shuqing, uma corrida de capitais ocidentais para a China, que, segundo ele, já registra sinais de aquecimento demasiado do seu setor imobiliário. 
 
Imaginem uma nova crise financeira mundial casado com uma pandemia que, além de seguir matando milhares de pessoas por dia, teria o efeito social e econômico de várias bombas atômicas. 

Para evitar depressão ainda maior do que a que estamos passando, é melhor nem pensar nisto agora.

Este breve comentário tem um objetivo: deixar atentos os leitores desta coluna, principalmente os que, pelo notebook ou pelo celular, acompanham, investindo ou não, os leilões da Bolsa de Valores no Brasil ou fora dele.

IMPORTAÇÃO

Por meio do seu Centro Internacional de Negócios (CIN), a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) iniciou a execução de um Projeto de Importação Compartilhada.

Da iniciativa participam também o Sindicato das Indústrias Gráficas (Sindgráfica) e a Rede Multiquímica, em parceria com o Sebrae-Ceará e com o Núcleo de Convênios e Parcerias (Nucop).

O projeto é uma ação de fortalecimento da competitividade, que visa orientar, auxiliar e oferecer soluções às empresas filiadas ao Sindgráfica para a redução dos custos durante o processo de importação, por meio do compartilhamento de contêineres e da apresentação de parceiros estratégicos.
  
O projeto também auxilia as empresas a identificarem mercados promissores, potenciais fornecedores e na formação do preço final da importação.

“A carga consolidada, também conhecida como “LCL”, que é uma sigla em inglês “Less Than Container Load”, permite que empresas que não possuem volume para preencherem um contêiner inteiro, possam compartilhá-lo com outras empresas, pagando apenas pelo espaço ocupado e deixando o custo do frete e taxas incidentes sobre o processo mais competitivos”, afirma Fellipe Faria, analista de inteligência comercial do CIN.

EXPORTAÇÃO

Mesmo com a pandemia da Covid-19, houve uma boa transformação da pauta de exportações do Ceará, segundo anota Rômulo Alexandre Soares, do escritório APSV Advogados, que tem um time dedicado ao comércio exterior e à atração de investimentos.

Soares revela: o Ceará é líder na exportação de frutas, é o segundo na exportação de calçados, o terceiro em produtos semiacabados de aço e o terceiro na exportação de aerogeradores de energia eólica.

CONDOMÍNIOS

Nos últimos três meses, em Fortaleza, cresceu 12% a inadimplência das taxas condominiais. 
A informação é da Associação das Administradoras de Condomínios do Ceará (Adconce) e compreende os meses de dezembro de 2020 e janeiro e fevereiro de 2021, comparados ao mesmo período dos anos anteriores.

Para o presidente da Adconce, Marcus Melo, esse porcentual é preocupante. "Em um cenário pandêmico onde a maioria das pessoas estão nas suas casas, o gestor condominial fica em evidência para trabalhar intensamente no combate ao contágio do vírus nas áreas comuns dos prédios e tudo gera custo. As contas de água, luz e gás dos condomínios, por exemplo, aumentaram e, se a receita não conseguir suprir as despesas, a situação se torna alarmante", explica ele.

EM PORTUGAL

Em 2020, com a pandemia, o setor hoteleiro de Portugal perdeu 3,3 bilhões de euros.

A receita dos hotéis caiu 70%, consequência do cancelamento de 50% das reservas.

Informações da Associação da Hotelaria de Portugal, que era, até surgir a Covid-19, o destino preferencial dos brasileiros – os cearenses no meio.

PNEUS

Aqui no Brasil, o comércio eletrônico de pneus registrou um crescimento de 141% nos últimos seis meses de pandemia.
 
As principais razões para este resultado são o aumento do número de pessoas que priorizaram o uso de automóveis próprios para locomoção, maior circulação de motoristas de aplicativos e substituição de viagens de avião por vias rodoviárias.

O dado é fruto do levantamento realizado pelo Grupo All Nations, distribuidor de produtos e equipamentos dos mais variados segmentos, no volume de negócios realizados entre agosto de 2020 e janeiro de 2021, na loja virtual Aqui Pneus, pertencente à organização.   
 
Segundo o mapeamento, o pico de vendas ocorreu em novembro de 2020, com um crescimento três vezes maior em comparação com o mês anterior.

UM PIB E DOIS OLHARES

Viram o PIB brasileiro em 2020? Ele caiu 4,1%. Culpa da pandemia, opina até quem não é economista.

Mas a queda teria sido maior (mais de 10%, apostaram alguns em abril do ano passado) se não fosse a decisão do governo de abrir o cofre do Tesouro e derramar (é a expressão correta) algo como R$ 700 bilhões para socorrer estados, municípios, desassistidos, desempregados e invisíveis.

Para a oposição e a grande mídia, foi o pior PIB em 24 anos, como anunciaram os jornais do Rio e São Paulo.

Para quem não se move por ideologias, porém, o resultado do PIB brasileiro de 2020 foi melhor do que o registrado nos EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Japão e Canadá.
 
Só o PIB da China, berço da Covid-19, teve crescimento em 2020.

AVIAÇÃO AGRÍCOLA

Anuncia a Embraer que a sua Divisão de Aviação Agrícola registrou a venda de mais 19 aeronaves EMB-203 Ipanema, no mês de fevereiro, totalizando 27 aeronaves comercializadas no ano. Este volume de vendas no primeiro bimestre já é 8% maior do que foi negociado durante todo o ano de 2020.
 
O segundo mês consecutivo de alta nas vendas reflete o desempenho favorável do agronegócio brasileiro e as inovações tecnológicas incorporadas na nova versão da aeronave. O destaque no período ficou para as empresas aeroagrícolas que prestam serviços especializados de pulverização aérea.
 
Embora a demanda pelo Ipanema permaneça tendo maior intensidade no Centro-Oeste, o principal polo agrícola do Brasil, o ritmo de vendas deste ano também tem sido crescente em outras regiões.  
 
Com quase 1.500 unidades entregues, o Ipanema ocupa a liderança do segmento agrícola com 60% de participação no mercado nacional. Seu protagonismo na agricultura de precisão combina alta tecnologia e tradição de um produto que evolui continuamente para atender aos requisitos de alta produtividade e baixo custo operacional.
 
ORÇAMENTO

Foi aprovado ontem, na Comissão Mista de Orçamento da Câmara dos Deputados, o relatório do deputado Beto Pereira (PSDB-MG) do Projeto de Lei do Orçamento da União.

O relator reviu sua previsão anterior e, agora, a receita tributária prevista para o presente exercício de 2021 é de R$ 1,59 trilhão, ou seja, um incremento de 2,3% em relação ao OGU de 2020.

EM QUEDA

As bolsas asiáticas fecharam em queda nesta quinta-feira. As da Europa e dos EUA também caem.

A Lufthansa, a gigamtesca empresa aérea alemã, registrou prejuízo de 6,7 bilhões de euros em 2020.



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