Sem São Francisco e sem chuva, 2021 será ruim

Ontem, durante uma hora e meia, o presidente da Funceme, engenheiro Eduardo Sávio Martins, conversou, virtualmente, com empresários da indústria e da agropecuária, aos quais repetiu a previsão de que, neste ano, há 50% de chance de o Ceará ter uma estação de chuvas abaixo da média histórica. Ouvido atentamente pelo auditório virtual, Martins disse que ele e os demais técnicos e meteorologistas da Funceme continuam monitorando as condições dos oceanos Atlântico e Pacífico, que seguem em condição neutra, sustentando o prognóstico que também aponta para a possibilidade de 40% de chance de chuvas na média histórica e só 10% acima da média.

Pelo que até ontem aconteceu - com o registro de paupérrima e franciscana pluviometria neste janeiro - o vaticínio da Funceme parece que será mesmo ratificado.

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Os empresários que ouviram Sávio Martins não esconderam sua tristeza em relação à chuva nem sua ansiedade quanto ao futuro próximo do Projeto São Francisco de Integração de Bacias, cujas águas estão passando, e apenas passando, pelo Ceará em direção à Paraíba, sem cumprir sua finalidade aqui: abastecer o açude Castanhão e garantir a oferta hídrica a Fortaleza e à sua Região Metropolitana.

Sem essa água, e se o que prevê a Funceme se confirmar, a bela Capital do Ceará poderá ter, no segundo semestre deste ano, um indesejado encontro com o caos.

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), comandado pelo ministro Rogério Marinho, tem poder de decisão política para evitar essa possibilidade caótica.

Hortaliças

Com sede em Lagoa Redonda, bairro do Leste de Fortaleza, a empresa Campo Ouro Verde, do pequeno empresário Alderlan Sampaio, tem campos de produção em Tianguá, onde, em 30 hectares, cultiva 26 tipos de hortaliças que são comercializadas nas feiras da Serra da Ibiapaba e nas redes de supermercados da capital cearense. A empresa tem, ainda, parceria com horticultores de Aratuba, no Maciço de Baturité, cuja produção adquire e vende. Alderlan informa que ainda tem reserva própria de terrenos para ampliar sua produção, quando isto se fizer necessário.

Congestionou o site da Prefeitura de Fortaleza, que abriu as inscrições para a vacinação de idosos acima de 75 anos de idade. Esta coluna sugere: que tal a PMF usar os condomínios onde moram idosos dessa faixa etária para sua imunização coletiva? Na Aldeota, há síndicos que já se movimentam nesse sentido. Mas há vacina para todos?

Condomínios de praia estão proibidos, por decreto governamental, de usar as suas áreas de lazer para evitar aglomerações. É uma boa prevenção legal contra a propagação da Covid-19. Mas os ônibus e os trens do Metrofor estão livres para circular lotados, e é o que vêm fazendo. Parece uma grande contradição. E é.