Sem festa, Dnit recupera e entrega 56 Km da BR-122 no Ceará

Foi usado Concreto Betuminoso Usinado a Quente, feitos tratamento superficial duplo e drenagem, por R$ 23milhões. Mais: 1) Paracuru faz Burrata de Búfala; 2) Cearense aprende na China; 3) Uma CPI e dois suspeitos; 4) O livro de Eduardo Cunha.

Atenção! Ficou pronto e já foi entregue ao tráfego, totalmente recuperado e sem qualquer festa de inauguração, o trecho de 56 quilômetros da BR-122, uma obra sob administração da superintendência do Dnit no Ceará, organismo do Ministério da Infraestrutura.
 
Ela consumiu R$ 23 milhões e foi executada pela construtora Pavidez Engenharia Ltda.
 
O trecho recuperado localiza-se entre os quilômetros 98 e 154, beneficiando os municípios de Quixadá e Banabuiú.
 
Foi aplicado em toda a extensão do trecho Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) e feitas a reciclagem com Tratamento Superficial Duplo, drenagem e sinalização horizontal e vertical.

Agora, equipes do Dnit já realizam serviços de manutenção, como roçada, capina, caiação, limpeza e desobstrução de dispositivos de drenagem.
 
A BR-122 começa em Chorozinho e atravessa o Ceará de Norte a Sul.

Uma fonte do Dnit disse à coluna ontem à noite que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, virá ao Ceará para inaugurar o trecho recuperado, um evento que poderá ter a presença do presidente Bolsonaro.
 
FAZENDA DE PARACURU LANÇA BURRATA DE BÚFALA

Festa na Laguna Fazenda e Lacticínio, localizada na zona rural do município de Paracuru: ela acaba de lançar o seu novo produto – a Burrata de Búfula.
 
Com a marca Laguna, o burrata (ou “manteiga de burro”, em italiano) feita em Paracuru está chegando aos supermercados cearenses.

Trata-se de um queijo feito de leite de búfala, que se diferencia do mussarela pelo seu recheio cremoso.
  
A fazenda Laguna é do agropecuarista Nelson Prado, que tem um rebanho de mais de 100 búfalas de alta linhagem.
 
Ele é irmão do também agropecuarista e industrial Carlos Prado, da Itaueira.

BRASIL É O MAIOR EXPORTADOR DE CARNE DO MUNDO

Atentem para a força e o potencial da pecuária brasileira:

Em 2010, o Brasil exportou para o mundo 1,305 milhão de toneladas de carne.

Em 2020, dez anos de pois, essa exportação dobrou para 2,539 milhões de toneladas.

Em janeiro deste ano, as exportações de carne de boi do Brasil para o estrangeiro alcançaram 2,670 milhões de toneladas.

Os Estados Unidos, segundo colocado, exportaram em janeiro passado 1,402 milhões de toneladas.

O Brasil responde por 24,8% do mercado mundial de carne de boi. 

Os Estados Unidos, por apenas 13%.

COMO PREVIU A FUNCEME, CHUVAS ABAIXO DA MÉDIA

Má notícia! Uma fonte da Funceme disse ontem à coluna que a temporada de chuvas deste ano praticamente chegou ao fim.

Os acumulados mais significados que vierem a registrar-se ficarão localizados na faixa litorânea, principalmente no litoral de Fortaleza, Maciço de Baturité, na região jaguaribana e no Centro-Sul.

“A tendência do Estado é ficar com déficit de precipitações, ou seja, com chuvas abaixo da média histórica”, como a Funceme já havia anunciado no dia 20 de janeiro. 

Teremos, então, um segundo semestre difícil do ponto de vista dos recursos hídricos. 

Conclusão: o Projeto São Francisco de Integração de Bacias já é e continuará sendo, literalmente, a salvação da lavoura e da Região Metropolitana de Fortaleza.

Assim, que se inicie logo a batalha política pela obtenção do aumento da outorga de água para o Projeto São Francisco, dos atuais 22,5 metros cúbicos por segundo para 55 metros cúbicos de água por segundo.

CULTURA PERDE GILMAR DE CARVALHO, VÍTIMA DA COVID

Culturalmente, o Ceará ficou mais pobre com o falecimento, por Covid, do jornalista, escritor e professor Gilmar de Carvalho, com quem este colunista conviveu por duas décadas no jornal O Povo, absorvendo sua inteligência e seus conhecimentos.

Gilmar foi uma estrela de primeira grandeza que brilhou no firmamento cultural do Ceará, dando-lhe bons e corretos rumos.

Ele deve estar no Céu, que é a morada dos justos e bons.
  
HIDROGÊNIO VERDE PRECISARÁ DE MUITA ÁGUA

Para a operação da primeira usina de hidrogênio verde do Ceará, será necessário, primeiro, construir e colocar para operar não só uma, mas algumas unidades industriais de dessalinização da água do mar.

A Construtora Marquise implantará a primeira dessalinizadora cearense na Praia do Futuro, que produzirá, inicialmente, um metro cúbico de água doce por segundo, volume a ser injetado na rede de distribuição da Cagece.

A usina de hidrogênio verde que a australiano Energix Energy pretende instalar no Complexo do Pecém, precisará de muita água e de muita energia elétrica.

A água está no mar, mas precisará de ser dessalinizada. E a energia virá de um gigantesco projeto eólico offshore no litoral de Caucaia, que, pelo que se apresenta no horizonte, será tocado quase ao mesmo tempo que aquele.
 
São dois empreendimentos que entrarão em funcionamento daqui a, no mínimo, cinco anos, se tudo correr bem, ou seja, se os investidores de ambos os empreendimentos levantarem o capital necessário, se as licenças ambientais forem concedidas e se a economia brasileira já tiver retomado o seu crescimento. 

Mas de uma coisa tem-se a certeza: o hidrogênio verde será, no curto prazo, o combustível que moverá o mundo. 

A PANDEMIA, SUA BOA LIÇÃO E A SABEDORIA CHINESA

Do alto de sua experiência na agropecuária cearense, José Maria Pimenta, agrônomo, ex-presidente da Ematerce, pequeno proprietário rural e produtor de leite em Quixeramobim, transmite a esta coluna uma opinião interessante, verdadeira e atual:

“Esta pandemia e o isolamento social a que nos conduziu estão fazendo um bem danado à agricultura e à pecuária do Ceará, porque empurrou para dentro das fazendas os seus próprios donos, melhorando a sua gestão.”

Ele pensa um pouco e acrescenta:

“Todos nós sabemos que a presença do dono na propriedade é muito importante para o desenvolvimento do negócio da agropecuária, não só aqui, mas no Brasil todo”.

Pimenta, quando presidiu a Ematerce, entre 2012 e 2014, na gestão do governador Cid Gomes, visitou a China, a convite do governo chinês.

Ele conta que o seu guia e tradutor, um jovem de 21 anos, falava fluentemente seis idiomas, incluindo o português, aprendido durante o tempo em que, a serviço do governo da China, passou em Macau com o exclusivo objetivo de aprender o idioma de Camões, que é o nosso.
 
Numa das muitas conversas que manteve com ele, José Maria Pimenta perguntou-lhe:

Vocês querem dominar o mundo? 

E o rapazola respondeu com propriedade:

“Não, o mundo é que quer ser dominado por nós.”

O chinês, já tendo revelado o muito que sabia sobre o Brasil e os brasileiros, indagou-lhe:

“Quantas horas vocês trabalham, por dia, no Brasil?”

Pimenta disse, de pronto: “Oito horas, é o que manda a Lei”.

E o tradutor, de bate-pronto, sentenciou:

“Olha aí! Como é que vocês querem concorrer conosco, se nós trabalhamos 16 horas por dia?”

Sob um frio de 10 graus abaixo de zero, José Maria Pimenta foi levado, a seu pedido, à pequena propriedade rural onde moravam os pais do seu intérprete que cuidavam de um cultivo protegido de xuxu.
 
Toda a área protegida era aquecida pela queima de esterco de boi e porco, e por isto a produção se mantinha estável.

“Os chineses são determinados e só chegaram ao ponto em que se encontram pelo trabalho e pela determinação”, diz Pimenta.

E para terminar, ele lembra que pediu para conhecer a cidade de Tsou, onde, entre 552 e 489 Antes de Cristo, nasceu Confúcio, o grande filósofo e pensador chinês. O pedido foi atendido.

José Maria Pimenta lembra que, na entrada da cidade, havia um arco no qual estava escrita a seguinte frase: 

“Uma visita vale por mil relatórios.”

UM MODELO QUE PRECISA DA AJUDA DO GOVERNO

Pequeno produtor rural e zootecnista, o cearense Raimundo Reis, consultor em agropecuária, está usando recursos próprios para fazer pesquisa operacional e, ao mesmo tempo, a difusão de seus resultados num modelo de inovação aberta, pela internet, com mais de 100 mil visualizações e que mobiliza um canal de rede social que já tem 25 mil inscritos.

Surge a pergunta: por que o poder público, por meio da Adece, que agora é uma agência de fomento, não chega junto ao pesquisador e o ajuda, injetando um pouco de dinheiro capaz de multiplicar o público-alvo, que são os pequenos produtores rurais? 

LEMBRAM-SE DO EDUARDO CUNHA? O LIVRO DELE CHEGOU

Estão chegando às livrarias do país as 1.307 páginas do livro “Tchau, Querida – o Diário do Impeachment”, de Eduardo Cunha, que conta não só todo o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff, mas também a história da política brasileira desde a Proclamação da República.

Em 45 capítulos, divididos em quatro partes, o livro narra quase tudo sobre o que se passou no Brasil enquanto seu autor – o ex-deputado Eduardo Cunha, preso, cassado, julgado e condenado por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro – deu as cartas no Congresso como líder do MDB e, em seguida, como presidente da Câmara dos Deputados.
 
Há dúvida sobre se o que está escrito é verdade ou só meia verdade, pois Cunha foi e continua sendo suspeito como líder político e, agora, suspeitíssimo como escritor. 

UMA CPI DIRIGIDA POR DOIS SUSPEITOS

Provável presidente da CPI da Covid-19, o senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, é acusado de desviar recursos públicos no total de R$ 250 milhões que deveriam ter sido aplicados no setor de saúde do seu Estado.

As acusações são do tempo em que, entre 2010 e 2014, Aziz foi governador do Amazonas.

Por sua vez, o relator da mesma CPI, senador Renam Calheiros, do MDB de Alagoas, foi indiciado pela Operação Lava Jato por prática de corrupção na estatal Transpetro.

Ainda há processos no STF a que responde o senador emedebista.

Pergunta: que credibilidade terá a presidência e a relatoria dessa CPI para apurar, analisar e elaborar um relatório isento de pressão ou de interesse político-eleitoral? O relator é pai do atual governador de Alagoas, o que já revela um conflito de interesse.

No seu relatório, Renam Calheiros considerará culpados Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello pelo que a mídia vem chamando de “omissão do governo federal no enfrentamento da Covid”.

O Governo Federal repassou diretamente para os estados e os municípios uma montanha de dinheiro tão grande, que, em pelo menos dois casos – Amazonas e Pará – houve registros de corrupção. 

Aos governos estaduais e municipais, o STF concedeu a tarefa de combater a Covid-19.
 
O presidente Bolsonaro pode ser culpado pelas frases infelizes que pronunciou no começo da pandemia, quando considerou a doença “uma gripezinha”, por exemplo.Mas culpa-lopela morte de mais de 370 mil vítimas da doença é politizar a questão.

No Brasil, a pandemia virou uma guerra política. A CPI é mais uma batalha desse conflito político e eleitoreiro.



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