Seguradora adverte para golpe de motoqueiros

Advogado de seguradora diz que na maioria dos casos, as testemunhas do motoqueiro são outros motoqueiros. Isto está a ocorrer com muita frequência. E mais: 1) Brisanet, uma história; 2) Política e senvergonhice; 3) Os idosos e a segunda dose

Com o objetivo de ajudar a quem interessar possa, advogado de uma empresa seguradora mandou a esta coluna as seguintes dicas de como encarar um acidente de trânsito, envolvendo moto e motoqueiro (não confundir com motocicleta e motociclista, que são coisas diferentes).

Todas as vezes que os senhores se envolverem em acidente de trânsito cujo terceiro seja um motoqueiro, façam um BO (Boletim de Ocorrência), de preferência pessoalmente, numa Delegacia Policial, independentemente de serem culpados ou não.

“Têm ocorrido fatos em que o motoqueiro é o culpado e tenta fazer um acordo no local, diz que está bem e não quer socorro médico. Só que, depois, ele vai a um Distrito Policial, registra o BO e alega que o veículo fugiu do local, sem prestar socorro, cobrando na Justiça dias parados, conserto da moto etc.

“Na maioria dos casos, as testemunhas do motoqueiro são outros motoqueiros. Isto é um fato, pois está ocorrendo com muita frequência.

“Portanto, não caia na conversa do motoqueiro, que diz não ter acontecido nada.

“Em um dos casos recentes, a pessoa envolvida foi até a Delegacia para registrar um BO, e eis que, ao chegar à Delegacia, lá estavam os tais amigos do motoqueiro, tentando registrar BO de ausência de socorro”.

Para concluir: motoqueiro é aquele que, dirigindo uma motoca, faz ziguezague no meio do trânsito, pondo em risco a sua própria vida e a dos outros.

Motociclista é alguém que pilota uma motocicleta, comportando-se como se dirigisse um automóvel de quatro rodas, obedecendo as leis do trânsito, preservando a sua própria vida e a dos outros.

BRISANET, UMA HISTÓRIA BEM CEARENSE

Esta coluna tem dito e repetido que o melhor do Ceará é o cearense, e uma das mil e uma prova de que isto é verdade é o empresário autodidata José Roberto Nogueira, , fundador da Brisanet, maior empresa de telecom do Nordeste.
Ambos – ele e a empresa – são muito jovens.

Zé Roberto, como intimamente é chamado pelos amigos, nasceu em 1965na zona rural de Pereiro, um pobre município do Leste do Ceará, bem na divisa com o Rio Grande do Norte, onde, na cidade de Pau dos Ferros, 40 quilômetros adiante, pousam hoje os aviões dos seus fornecedores.

Alfabetizado aos 12 anos, José Roberto Nogueira fez, aos 15, por correspondência, um curso de rádio técnico e eletrônica, o que lhe deu o conhecimento para consertar máquinas cortadoras de capim, rádios, geladeiras e motores e, ainda, para fazer instalações elétricas, tudo na geografia e no entorno de sua Pereiro.

Com 21 anos, trocou sua pequenina cidade natal pela de São José dos Campos, em São Paulo, sede da Embraer, onde conseguiu emprego e onde ampliou seus conhecimentos sobre eletrônicos.

Pouco depois, criou lá uma pequena empresa, começando a produzir antenas parabólicas para a captação de sinal de tevê.
Em 1998, de volta a Pereiro, fundou a Brisanet que cresceu na velocidade de um foguete espacial.

Em 2010, encorpou a fibra ótica ao seu projeto de cabear o sertão nordestino, levando banda larga da internet aos sertanejos, um cliente ainda esquecido, pelo menos até agora, pelas grandes operadoras de telecom.

Hoje, a Brisanet é uma das grandes empresas do setor de telecomunicação do Brasil – digamos que ela é a Embraer da indústria da telecom, disputando mercado com as gigantes Boeing e Airbus, que são a TIM, Oi e Claro.

Por que este comentário? Porque a Brisanet acaba de estrear no mercado de capitais, captando R$ 500 milhões em debêntures incentivadas.

Esses recursos serão aplicados no seu plano de expansão que já está sendo executado no Ceará, no Rio Grande do Norte e nas Alagoas. 

O melhor vem agora: a Brisanet ganhou a nota A+ da agência de risco Standard & Poor’s, o que foi decisivo para o êxito da operação.

A nota A+ quer dizer, na terminologia do mercado financeiro, grau de investimento.

Para concluir: a Brisanet participará do leilão %G que a Anatel promoverá no próximo mês de julho José Roberto Nogueira olha com muito interesse o Bloco Nordeste, área de atuação de sua empresa.

OS POLÍTICOS E A SENVERGONHICE

Vossa Excelência é um vagabundo, grita um senador!

Vagabundo é Vossa Excelência, responde o ofendido.

Os dois parlamentares, deixando de lado os comezinhos princípios da educação doméstica e desrespeitando o ritual do Regimento Interno do Parlamento, acusam-se mutuamente, num espetáculo transmitido ao vivo pelas redes nacionais de televisão.

Os que, no recesso do seu lar, acompanham a cena, incluindo jovens com vocação para a política, trocam olhares e meneiam a cabeça em sinal de decepção e reprovação.

“Meu Deus, é isso o que me aguarda?”, deve comentar um jovem.

Longe dali, na terra natal de um dos senadores, o presidente da República esquece a liturgia do cargo e, apoiando-se no teto solar de uma caminhonete, faz com as mãos sinais de libra que significam a palavra roubo.
 
De um lado da avenida, vaiam o presidente centenas de militantes da oposição com suas bandeiras vermelhas
Do outro lado, os apoiadores do Chefe da Nação, com bandeiras verde-amarelas, o aplaudem e agridem com palavras os oposicionistas.

Estamos a mais de um ano da eleição presidencial de 2022, mas a campanha está na rua, polarizada – e põe polarização nisso – pela radicalização da extrema esquerda e da extrema direita, as quais, sem qualquer opção de centro, guerreiam (é uma guerra, mesmo) pelo poder. 

Onde isso vai dar, só o tempo dirá.

VACINAÇÃO: OS IDOSOS E SUA ANSIEDADE

Houve ontem um esforço gigantesco, e exitoso, da PMF, que aplicou a segunda dose da vacina Coronavac, anti-Covid, em 8.080 idosos acima de 60anos~, todos eles agendados para o dia 1º deste mês, agenda não obedecida por falta do imunizante.

Os 12 mil idosos restantes, mais ansiosos do que estavam ontem, esperam ser chamados para tomar a segunda dose da vacina do Butantan. 

Por enquanto, nenhuma palavra da PMF a respeito, o que só faz crescer a ansiedade.

A CIÊNCIA E OS RESTAURANTES DE FORTALEZA

Há uma enorme expectativa em torno de possíveis modificações no decreto do governador do Estado que restringe o funcionamento do comércio e do segmento de bares e restaurantes, empregadores intensivos de mão de obra.

Os donos dos estabelecimentos gastronômicos esperam que o governador e seu secretário de Saúde – sempre respaldados pelas orientações científicas da OMS – ampliem o seu horário de funcionamento, esticando-o até as 23 horas, pois é o horário noturno o que registra maior rentabilidade.

A pandemia, no Ceará – em Fortaleza principalmente – dá sinais de queda, e por esta razão espera-se restaurantes e bares possam funcionar à noite, inclusive nos fins de semana.

Ora, se a ciência – e é nela que se baseia o decreto governamental – recomenda as viagens de ônibus e metrô, onde a aglomeração é inevitável, por que razão não permitir a abertura dos bares e restaurantes, que cumprem os protocolos de distanciamento, limitando o número de pessoas no estabelecimento? 

É bem razoável o que pedem esses pequenos empresários, já  intubados pela emergência da falta de oxigênio financeiro. 

 
 



Assuntos Relacionados